quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A NOVA ERA

 
Este é um belo planeta. A diversidade de espécies é espantosa. Está num processo de gênese.  Seres de sangue quente estão eclodindo por diversas partes. A botânica é esplêndida. Mas esta é uma segunda história de formação de vida. Já houve tempos em que a vida era muito mais ampla.
Dos planetas com vida no universo este era o mais completo, mais bonito, mais vivo, mas uma espécie em especial colocou tudo a perder.  Era uma espécie jovem, que apesar de se considerar superior, pelo seu alto grau de inteligência, estava ainda no início de sua longa e árdua caminhada rumo à harmonia evolucional. Raça humana era chamada. Suas habilidades em criar acessórios para seu conforto geraram também uma infinidade de aspectos mesquinhos que os levaram a perdição.

Dividiram-se em grupos distintos mesmo sabendo que evoluíram de um único ser. As diferenças entre os seres desta espécie eram inicialmente características que cada grupo carregava devido ao seu processo de adaptação a cada canto do planeta.
Puramente diferenças de pele e pêlos. Os de pele mais escura eram provenientes das regiões mais quentes do planeta e os de mais clara das regiões mais frias. Grupos de tonalidades intermediárias eram os de regiões temperadas. Simples. Só que não sei por que cargas d'água desenvolveram qualidades únicas, distintas das outras espécies que habitavam por aqui.
Em pouco tempo destoavam totalmente do caos harmônico que era este planeta. Em pouco tempo dominaram as outras espécies, até as que não faziam parte de sua cadeia alimentar. Estranho e pouco prático. E também em pouco tempo já não tinham predadores naturais. Em pouquíssimo tempo deixaram de fazer parte de qualquer ecossistema. E como não tinham predadores, não tinham nenhum controle populacional e se reproduziram de forma descontrolada e o planeta não tinha capacidade de produzir alimentos suficientes para a manutenção de todos. Nem mesmo sua capacidade de adaptação e sua criatividade conseguiram amenizar o problema.
Alguns poucos seres desenvolveram técnicas de subjugo aos mais fracos. Então surgiram os aspectos que eles chamaram de pecados capitais ou bestas do apocalipse. Alguns relacionavam suas circuntâncias efêmeras a demônios  improváveis, criação de suas mentes insanas:
 Esses aspectos unidos ao egoísmo, à doutrina e a alienação, à maldade e outros levou esta espécie à bancarrota.
Chegavam ao absurdo de trocar os alimentos que produziam e objetos que desenvolviam para o próprio conforto por um objeto sem significado que chamavam dinheiro. Não servia pra nada, mas lhes dava sensação de poder. Quem tinha mais dinheiro tinha mais poder e subjugava os de menor capacidade em armazenar posses, dos mais diversos tipos como: objetos inúteis e fúteis, o próprio dinheiro, alimentos e até mesmo pedaços do planeta. Até isso eles comercializavam.
Com o crescimento desenfreado de suas populações, através dos séculos, criaram objetos de contenção populacional chamados de armas e como não encontravam maneiras de segurar sua explosão demográfica, simplesmente dizimavam populações inteiras.
Desenvolveram métodos de prolongamento de suas expectativas de vida, mas, sem mais nem menos, matavam-se uns aos outros, aos milhares. Criaram materiais, processos de obtenção de energia, fizeram uma porção de imbecilidades sem propósito.
A maior riqueza deste planeta era a quantidade de água que havia. Esses seres tinham seus corpos compostos principalmente por água, fonte da vida para quase todas as espécies existentes aqui. E eles o que fizeram? Poluíram a sua fonte de vida. E poluíram o ar que respiravam com partículas sólidas e gases que agiram como escudo defletor da segunda principal fonte de vida do planeta, a luz solar. E produziram muito, mas muito lixo. Com tudo isso mais a produção desenfreada de energia elétrica consumida principalmente para o funcionamento de sua bugigangas de conforto aqueceram o planeta ao ponto de a vida se tornar insustentável. Todo o conforto que esta raça perseguia era proveniente da preguiça.
Acho que o maior mal de todos os males que faziam parte de seu conjunto de iniquidades. Eles perderam a capacidade de realizar qualquer tarefa sem a ajuda de suas mirabolantes engenhocas. A situação foi se agravando até o ponto de os poderosos se unirem para fazer a maior asneira que se podia imaginar. Apertaram os botões e dispararam suas armas de genocídio quase que simultaneamente. Deslocaram o eixo gravitacional do planeta. Cobriram sua atmosfera com uma nuvem de gases e poeira que impediram quase que totalmente a entrada de luz solar na biosfera. Poluíram definitivamente as reservas de água com radiação nociva. Dizimaram o planeta. Acabaram com a vida. Totalmente.
Por milhares de anos o planeta se manteve como uma rocha sem vida. Cinzenta e poeirenta. Mas a natureza do próprio planeta reagiu. E a vida voltou a se formar, lentamente. Na verdade a natureza pouco se importou com as atitudes tacanhas desta espécie, pois isto foi por muitíssimo pouco tempo, uns dez, vinte mil anos no máximo.
 Uma espécie que conseguiu expandir sua expectativa de vida a pouco mais de oitenta anos destruiu em um instante o que a natureza levou milhões e milhões de anos pra construir. Só que esta raça, com a destruição do planeta, também desapareceu, felizmente por completo e estamos aqui para impedir que ela ressurja. Sabem como é, a natureza, nos mais diversos processos de evolução, costuma repetir erros, até acertar, mas nós, anjos protetores do universo estaremos aqui para impedir, cortar o mal pela raiz. Humanos, nunca mais. Nem aqui, nem em lugar algum. Nunca mais.

Um comentário:

  1. Viviane Voorheesoutubro 27, 2010

    Eis a Nova Era..Quantos de nós, "humanoides", será que tem esta consciência?....

    Infelizmente uma minoria inexpressiva, que diferença nenhuma fará para a mudança deste trágico curso...Já está selado.

    Beijo..

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