quarta-feira, 27 de outubro de 2010

EPITÁFIO DE UM AMOR




Meu amor se foi
Partiu sem dizer adeus
Sua pele pálida
Sua carcaça esquálida
O corpo envelhecido por sua mente boçal
Que amava desejos escusos e uma vida banal
Vestida numa mortalha imunda e fétida
Condenada à escuridão vazia e gélida
Sem amigos, sem amor, sem esperança
Só, no mundo, desde tenra criança
E em meu coração este fúnebre momento
A tristeza do ocaso de alguém sem sentimento
Que me feriu, rasgou minha alma inocente
Mandou-me ao inferno, deixou-me cadente, carente
Indecente!
Dizia enviar-me luz
Como isso?
Um ser das trevas
Fosco, tosco
Jamais emitiu sequer centelha
Não soube entender o meu amor
Não quis meu apaixonado fervor
Como pude amar alguém assim?
Mas este sofrimento chegou a fim
Estou vivo, livre
Vivo pra esquecer
Livre pra amar novamente

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