quarta-feira, 17 de outubro de 2012

LICANTROPO VAMPIRO - HÍBRIDA ETERNIDADE


Sombras do passado...
Negros ventos que surgem além das muralhas
Vos digo, aqui de meu sepulcro
Do horror de minha essência canídea

Essa licantropia que assola o meu viver
E ferve meu imo sedento de sangue jovem
Quero sugar as tetas dessa menina
E sorver cada partícula do néctar que pulsa em sua jugular
Meu falo marfim, pontiagudo, a rasgar-lhe as vestes, as carnes, todas
Num orgasmo eterno
Concebido entre a vida e a morte
A vida, escrava da morte
A morte, lacaia das trevas onde sou senhor
 

ANJOS TAMBÉM CHORAM


No tempo de meu funeral.
Eu pecador... Entre deuses...
...Essas bobas ilusões
Catatônica imagem em meus olhos blindados
Meu sangue gélido, estático

Meu cérebro morto
A cerejeira a me vestir
O fedor de flores mortas a minha volta
E nem lágrimas tenho
Altius Pater Noster
Aquele Succubus de meus sonhos em prantos
Toda sua negra ternura derramada em meu peito
Minhas mãos cruzadas nada sentem.
Nem mesmo a rosa cálida do adeus

NÉCTAR


Dizem que as framboesas são o néctar dos deuses.
Dizem que brigadeiros feitos de chocolate holandês também.
Dizem que o vinho, o mel, a dança do ventre são néctares dos deuses.
Até a caipira cachaça com limão o é.
Mas o verdadeiro néctar dos deuses é esse líquido viscoso, lambuzado, cheiroso, abusado.
Que escorre da tua boceta quando a chupo alucinado de tanto tesão.


Tantas imagens indecentes desses parasitas
Esses humanos que fingem estar tudo bem...
Eles e suas seringas em meu rabo
Sendo que são os rabos deles que precisam de ferro
Eles falam de anjos, de deuses, de tantos seres
E sempre estão do lado

da luz, da verdade
Criam escalas de deveres que dizem valores
E me dopam por eu querer ser assim
Só porque como merda, tão rica em nutrientes desperdiçados pela cobiça
Sem citar os outros pecados capitais que eles mesmos elegeram
Só porque rasgo dinheiro, o papel imundo com o qual limpo meu rabo espetado
Essa gente cria seus delírios e quer que eu os siga
E passa a vida se enganando
Se achando semelhante a algo invisível
Tão sublimes ao ponto de algo ainda maior (se é possível) os proteger
E passam a criatura tal criador
Invisíveis
Invisíveis e rastejantes
Feito víbora à espreita do rato
Fazendo valer seu tamanho e mesmo assim injetando veneno nos que dizem irmãos
Feito abutre à espreita do moribundo
Pra se apoderar até da sua carniça deveras indigesta
E entregando seus restos aos vermes
Pra que terminem a limpeza...
E desta vida nada levam
A não ser seus próprios rabos para serem penetrados pelos seres da terra
Estes sim, senhores da razão
A eles tudo sucumbe
E nem o sangue venenoso dessas criaturas humanas superiores, iluminadas e dadivosas consegue corrompê-los
Eu aqui... Louco, deitado em meu ópio... E assistindo tudo... Indiferente a tudo
Eu e meus olhos esbugalhados de louco
Livre dessa hipocrisia imunda
Comendo cocô e rasgando dinheiro
E o pior é que, lá no fundo, sei que também sou humano
Lá no fundo do meu rabo espetado

ZUMBIS DA FÉ



Todos nós num mesmo stand by, perplexos
Tentando salvar os sonhos... e pra casa voltar
A fé, realizamos mais que nos disseram
E o que era distância agora vislumbra a fronteira sem luz

Todas as nossas cicatrizes se confundem
Não há cor que as valha ou semelhança que nos amplie o ser
Nem ao passado fazemos sombra
E, em nossos olhos, lágrimas de poeira
Somos cinzas de uma neve vazia
Dia a dia... e não vamos a lugar nenhum
A inércia de nosso sangue, negro e putrefato, não mancha o covil
Nem a essência da alma recorda a via crucis
Enfim, o silêncio...
CADA VEZ QUE AS BEIJO
Porque pões tuas tetas em minha boca?
Sabes que enlouqueço, perco a razão.
Teus mamilos pontiagudos, tesos, me mantam de tesão.
Sinto-me senhor ao sugá-los.
Sinto-me escravo de tua maldade indecente.

E perco a respiração.
Não sei se por duvidar de tamanha sorte, abstrata ilusão.
Esses teus belos seios, cousa âmbar, sonho cor de mel, formato de melão.
Que mela meus delírios, de tão doces.
Sabor da pura dádiva.
Que nem os deuses do Olimpos souberam provenir de uma heroína.
E nem sequer puderam provar.
Porque pões essas tetas pra eu sugar?
Se, após teu tresloucado orgasmo, te vais e me deixas ereto.
Duro feito diamante selvagem.
Querendo rasgar-te as carnes.
Querendo de amor morrer.
Porque pões essas tuas saborosas tetas em minha boca incrédula?
Porque judias de mim assim?
Só quero admirá-las.
Não quero beijá-las.
Pois, a cada vez que as beijo, pergunto-me:
- Porque pões tuas tetas em minha boca?
 

BREVE REENCONTRO - PRÓXIMO ADEUS


Agora que poucos dias faltam

Dias esses contados nas mãos

Agora que a ansiedade domina a solidão

E a manda aos confins do último inferno


Agora que a loucura não era pra ser tamanha...


Que meu coração deveria conter seus latidos


Sinto a eternidade bandida, onde o tempo não passa


Onde o solitudo insiste em minhas lembranças


Trazendo consigo o horror da escuridão


Trazendo o desespero ao pulso de minhas passadas


E, dessa prostituta esferográfica que não arreda pé, nada sai


A não ser lágrimas de tu'ausência


Escorridas em tinta venosa


Manchando as linhas de minha saudade

Grifando a data do próximo adeus