segunda-feira, 25 de outubro de 2010

GEORGE ORWELL




Seres mitológicos habitavam aquele sítio, um lugar mágico onde a vida corria como água cristalina num rio de pedras.
Porcos, seres inteligentes, mas de pouco asseio, chafurdavam livres.
Cavalos faziam o trabalho pesado, mas com muita competência.
Galinhas, quase acéfalas, seguiam a linha e botavam ovos.
Vacas ruminavam, ruminavam e ruminavam.
O tempo passava e, cada um na sua, lentamente.
Até que apareceu aquele grupo pra revolucionar. Arrumar a bagunça causada pelas imperfeições do criador, autoritário, vingativo e hipócrita
Um grupo numeroso e de vários aspectos.
Alguns chafurdavam como os porcos e comandavam a marcha para o caos. Diziam-se superiores e ocupavam vários postos de comando. Chamavam-lhes banqueiros, políticos, militares, religiosos e profetas da gnose.
Outros desse grupo faziam como os cavalos: Trabalhavam até a exaustão e se contentavam com alguns torrões.
Boa parte era como os gansos: Cuidavam da vida alheia e faziam o maior barulho ao se sentirem invadidos
Parecido com cães existia um grupo: Fiel, amigo e protetor. Podiam-se chutar suas bundas que, mesmo assim, eles continuavam abanando seus rabinhos.
Ainda existia o levante “galináceo”. Viviam de se aproveitar dos ingênuos mostrando suas bundas e peitões e dançando o “Reboleichon”.  Fazendo o rabo doer e contando pra todo mundo.
Mas a maior parte do grupo seguia conforme a maré, pra onde o vento soprava, tal qual gado: Cabisbaixos e ruminando, ruminando e ruminando.
O bicho homem acabou com a harmonia do, até então, paraíso. E quando percebeu, já era tarde. Estava fazendo aquilo que o ser supremo fazia. Igualzinho: Sentado num trono holográfico e acumulando universos sem utilidade. Destruindo o éden com sua ira e deixando seu semelhante morrer à míngua, condenando pobres almas rebeldes ao inferno e vivendo de vanglória e soberba. Quisera reformar, mas não conseguira fazer diferente da mesmice do seu imaginário criador.   
Eita cópia fiel.

BASEADO NO LIVRO DE GEORGE ORWELL, “A REVOLUÇÃO DOS BICHOS”

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