segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DELÍRIOS ORAIS


Desnuda e fecunda sob minh’alma
Deleite de vista sagrada, depilada
Convite ao delírio
Vertente de loucura que minha boca inunda
Desbunde que só os apaixonados conseguem entender
Trançados no fulgor da esbórnia
Lançados à paixão
Entrelaçados de amor
Entrego-me ao sabor da seiva que escorre melosa
Babosa
Cristalina
Odores que entram-me às ventas e dopam-me o espírito
E com língua ferina te arranco a pureza
E garras felinas decepam-me os cachos
Arranham-me as costas
Navalham-me o peito
Beijo-te a vulva rosada
E passo a morder teu mudo sino dourado
Que tanto tem a dobrar
Sugo teus lábios meninos açucarados por tua inocência
Vil inocência que torna-me escravo
Não vejo a hora de besuntar meu punhal ardente
Nesta gruta de pecado e prazer
Mas contenho-me e torno a sugar-te
Com sofreguidão intensa
Por minutos eternos
Desesperado
Tal carente de ópio, tal qual lunático
Cerras, então, teus meigos olhos
Mordes a boca e jogas o corpo pra trás
Teso, tenso
E explodes em vulcões
E sacia-me a sede com teu visgo perfume
Só me resta dizer que te amo

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