sábado, 30 de abril de 2011

LUA


Pasmo ao ver-te à madrugada
Sonho ao encanto que tua luminescência me traz
Não sei se és reflexo da luz divina
Sepá o brilho dos anjos à espera da anunciação
Que há no céu mais belo? Não posso dizer
Teu sorriso não arreda de meu coração
Derramas a prata que cega ao verão e humilhas estrelas
Sinto o rubor do sol ao cair a tarde
Tal sua ira, sua inveja por destroná-lo do poder e ser tão amada
E ao amanhecer, que fazes?
Retribuis com tua púrpura candura
Para que o dia ressurja ao cântico dos pássaros
E o orvalho alveje a vida
E tua presença inspira meus versos hereges, profanos, de sede e amor
Sei bem de tuas faces, mas quem liga?
Vejo-as como o fluir da etérea sapiência de deuses pagãos
Como a onipotência da mãe natureza e seus arquétipos sagrados
A semente que germina solitária na escuridade
O botão que surge da inocência
A rosa sutil e melindrosa e seus espinhos que surtam
Ferem e mostram quem manda
E como Gran Finale, a magia, a luz e o esplendor
És para mim as lembranças de minha tão querida amada
És o espelho ardente da mais inebriante formosura
És cópia escarrada de minha doce Isabella

quinta-feira, 28 de abril de 2011

PRISIONEIRO EM TEUS OLHOS

Desde o momento em que face a face ficamos
A partir do instante que olhei em teus olhos
O tempo parou
Não há mais vida e a morte é pura ilusão
Este amor é tanto que blinda minha razão
E esta paixão cativa meu ser 
E o meu coração não chora
Sem lágrimas mais, apenas um imenso vazio
A distância que nos separa é algoz do meu sorriso 
Preciso fugir deste mundo onde não rompem cristais
Donde estou não vejo tu'imagem
Maldita blindagem e tu que não choras
Pra que em lágrimas corra e tu me socorras
E a liberdade nos traga de volta, nos una outra vez
Nosso amor é tanto que nada pode deter
Nem mesmo teu pranto é o fim
Quero que chores, meu bem e rompa esta tranca
Me arranca desta prisão, por favor!
Saudades, amor
Sou prisioneiro em teus olhos


Poema agora completo. Perdi os primeiros versos e a pessoa que os tinha, a homenageada, Srta. Isabella Campos, que eu amo tanto, finalmente os devolveu. Rá
Caros leitores: Perdoem-na pela demora


terça-feira, 26 de abril de 2011

PRISIONEIRO EM TEUS OLHOS

...E 
NADA
DO
MEU
AMOR
DEVOLVER
MEU
POEMA

AMO
ESSA
MULHER,
MAS
VOU
TRUCIDÁ-LA

DEUS


Ele está em todo lugar

Tudo pode, tudo sabe

Cuida de todos

Um a um

Reina no céu, do esplendor de Seu trono

Por toda a eternidade

O antes

O durante 

E o depois

Criou o universo sozinho

Sem a ajuda de ninguém

Te criou, o ser perfeito

À Sua imagem e semelhança

E criou dez leis

E determinou que as cumprisses

Cada uma delas

Sempre

Sem exceção

Senão...

Senão tu vais arder

Queimar

Sofrer

Lamentar

Os vermes te comerão

Cães danados te devorarão

Abutres medonhos rasgarão tuas vísceras

Chumbo derretido descerá por tua garganta

O sulfur letal infestará teus pulmões

O teu coração será arrancado

Rasgado

Trucidado

Devorado por bestas

O teu martírio persistirá por todo o sempre

A dor intensa corroerá tuas entranhas

E a loucura dominará tua mente

Eternamente

Mas jamais esqueça:

Ele te ama, 


Ele é o próprio amor

segunda-feira, 25 de abril de 2011

LONGE DE TI


Vou tentar criar forças pra suportar a distância que nos separa
Meu coração dói muito, sufoco, já não posso mais viver sem ti
O sabor de tu'ausência é amargo como féu e corrói minh'alma
Só de pensar em te perder, minha vida se esvai
Sinto uma tristeza tão grande que em prantos me afogo
O desespero é tal que grito, imploro, suplico aos onze céus
Aos quatro cantos, aos sete mares, à rosa dos ventos
A todos os anjos e aos cinco infernos que não mais me deixem longe de ti
Saber que tu existes e ainda por cima me amas, me conforta
Mas essa maldita distância e a angústia de não poder tê-la em meus braços me consomem e sugam meu ser
Não sei  por quanto tempo resistirei, mas lutarei até o fim
Te amo demais, Isabella

DESESPERANÇA


Nada resta a fazer neste mundo vazio que jaz sem amor
Me toma a tristeza, a angústia me invade, clama a morte minh'alma, tortura-me a dor
Não sinto em meu ser o prazer da paixão, teu nobre calor
Sequer teu perfume de rosas, teus beijos melados, teu doce sabor
Nem mesmo a alegria de teu sorriso encantador
Quiçá o brilho marcante do teu esplendor
Não ouves meus gritos, não ves meu clamor
Meu sangue esfria fugaz enquanto na pele não há mais fervor
Tudo é gris, tudo é triste e me vejo só, nesta estrada sem cor
As trevas me alcançam e o sentimento que chega é um grande pavor
E a solidão me torna prisioneiro nessas muralhas de horror
Meu corpo, quase sem vida apodrece, já mostra o fedor

ADEUS


Meus passos perdidos nesta sombria estrada do fim
Dormentes, meus pés já não respondem 
E esta caminhada me afasta da luz
A cada marco meu cansaço é menor
Já não existe a doce brisa em meus pulmões
E o meu coração se cala em trevas
Sinto as lágrimas caírem de ti, em meus olhos, que nada veem
O frio me invade e o rigor me torna pedra
A canção ao longe soa triste: Prisioneiro em teus olhos
O céu, apenas vazio, não há nada na imensidão
Não há vida além, não há ninguém
Sinto as lágrimas caírem de ti, sobre mim, em rosas de adeus
Este alívio em minh'alma não quero
Quero-te apenas, amor!
Não quero a morte. Não quero a dor
Sei que terei o horror desses vermes nesta solitária escuridão
A corroer meu corpo, meus ossos, meus olhos
Aqui, onde moram lamentos, onde morre a esperança
O inverno negro me aguarda com o fedor de triste lembranças
Mas nada é eterno e aqui neste sítio ao pó voltarei
E, quem sabe um dia, há de sorrir-me a vida
Mais uma vez
Pena que, se houver, será sem o teu amor

quinta-feira, 21 de abril de 2011

PRISIONEIRO EM TEUS OLHOS


...pra que em tuas lágrimas eu corra
e tu me socorras
e a liberdade nos traga de volta
nosso amor é tanto que nada pode deter
nem mesmo teu pranto é o fim
quero que chores, meu bem
e rompa esta tranca
me arranca desta prisão
por favor
saudades amor!
sou prisioneiro em teus olhos

Poema incompleto. Perdi os primeiros versos e a pessoa que os tem, a homenageada, Srta. Isabella Campos, que eu amo tanto, se nega a devolvê-los. Humpf!!!
Caros leitores: Perdoem-me pela falha

sexta-feira, 15 de abril de 2011

FRENESÍ


E essa boca, de grossos lábios e beijos indecentes?
Que sugam-me a alma e me lambuza a cara, o peito, o corpo todo
E me enchem de tesão
E esses peitos? Insanas delícias.
Existe algo mais perfeito?
Sei lá!
O criador dados não joga
Mas eu brinco com a sorte. E sugo e perco meu norte
Me afogo, sufoco em teu abraço
Minha mão corre teu corpo e, boba, pára onde sabe o pecado
A outra, como clone, tem a mesma malícia
De sábias falanges, que incisas invadem os portões do prazer
E entram. E saem. E mexem. E melam.
Já encharcadas, passo a língua uma a uma
Mel divino, de poção demoníaca
Teus pêlos eriçam de tanta paixão, de calor, de pressa, de vontade de morrer
Mas antes, um vulcão de desejos viver
Meu corpo sua, escorrega em tua carne nua...
E crua
E vai...
E vem
E gemes, murmuras tolices, urras sandices
E pedes mais
E rolamos, pra lá e pra cá
Viajo em teus lençóis, já totalmente rotos
Com nossos fluidos, besuntados do teu perfume veneno
E essa coisa louca apressa, teus gritos ferem meus ouvidos
Me beijas, te beijo
Me mordes e mordes os lábios, até que sangram
Te aperto em meus braços, a ponto de quebrar-te as costelas
E vem a explosão que jorra dentro de ti
E vens junto, comigo explodes
Sincronia em frenesí, em êxtase
Total
Totalmente extenuados
E apaixonados
É respirar, dar um tempo e, logo recomeçar

quinta-feira, 14 de abril de 2011

ISABELLA


Como fada d'outono ela brilha nos carmos ribeirões
Esses claros grotões donde a límpida seiva escorre 
Sua magia é tal que de si explodem feixes de luz
Por toda direção, esvai-se a escuridão
Como prisma em seixos exatos
E seu brilho é tanto que ofusca-me a visão
Me deixa prisioneiro da mais doce ilusão
E torna-me escravo da paixão
Vejo-me cego, nada enxergo a não ser sua beleza
Tão imensa que macula minh'alma ímpia, creio agora em ninfas
Tão bela, que é a propria natureza, a perfeita criação
E me enche de alegria e expulsa de meu ser a tristeza
Seu sorriso, de tão pujante, faz-me cair aos seus pés
Encantado, entorpecido, enfeitiçado, entregue
E mesmo que negue, não consigo disfarçar  esta minha devoção
Não posso deixar de citar suas curvas
Ah! Que perfeição! Me tiram a razão
E como uva, embriagam meus sentidos
Penso! Quero! Desejo estar envolto em seus braços
Fisgado como peixe, embolado em seus caraçóis
Seus cachos divinos espalham a energia de mil sóis
E crio asas e vôo ao seu encontro
E mesmo que derretam ao seu calor não deixarei de viver
Como se pode morrer se vivo apenas de seu amor
A pureza em seu coração a faz princesa, rainha, deusa
Deusa de meus anseios, de meus enlevos, de meus sonhos
Ela é como uma flor, uma orquídea ou jasmim
Que encanta este amante e me deixa esquizo, errante
Perdido e sorrindo como se a vida fosse um colorido jardim
Mas o que mais me prende a ela, me torna escravo
É a sapiência que carrega consigo
Suas amáveis palavras são meu porto, meu abrigo
Seus dizeres e discursos me deixam boquiaberto
Tão rebeldes as ideias e vontades profanas
Seus ideais incitam a bondade, seus momentos, fragmentos de verdade
E podem dizer que sou louco, de amor doente
Que seja um demente por amá-la tanto, tanto, tanto assim
O que importa, se minha vida é bela?
Se a única dor que sinto é a saudade
Se por toda eternidade fui condenado a viver
Esse amor insano, esse amor fadado ao prazer
Amor por minha doce menina
Minha querida Isabella

terça-feira, 12 de abril de 2011

CATARSE


E essa faca enfiada em meu peito?
E essa voz que grita, urra, ensurdece?
-Só quero estar perto de ti!
E a luz se acalma, desvanece-me a alma
Minha vida escorre ao fio, o negro cresce
E o aço, agora ao tom carmesim,
Com seu brilho cavo, oco, pálido
Anuncia meu esquálido fim
Tu partiste sem ao menos dizer-me um adeus
Voaste aos céus vestida em fúnebres véus
Sob a linda alvura da morte
Gélida tal minha sorte, sem sorriso e com um tísico porte
Ah! Como dói meu peito, efeito de tua tragédia
Como sofre meu coração, golpeado agora, então
Não tenho teto nem mesmo chão
Sinto um imenso vazio e um gosto tardio de esperança
No olhar, apenas lembranças
Percebo chegar a bonança
E a luz torna ao fim desta estrada
E tu, meu amor, de anjos cercada
E braços abertos
Meus últimos passos aperto
Já não estás tão longe
Grito, de novo, teu nome
Teu abraço eterno me urge
Logo estarei junto de ti
Para sempre 

sábado, 9 de abril de 2011

LE DÉLIRE DE L`AMOUR


Tão atormentado era ele em seus casos de amor.
Sonhava com um uma felicidade inexistente.
Prometia amores falsos às suas amantes.
Revivia um passado de mágoas e de mortas alegrias, mas sempre a sonhar
Andava pelos campos, junto a relva.
Esperava por uma amante que não existia.
Mas amava,  vivia.
Até que inesperadamente encontrou o que tanto queria.
Andava inocentemente pelas ruas quando aquela donzela de beleza angelical apareceu.
De trajes negros, ela sorriu para ele,
O cupido os acertou
E se entregaram, assim, ao amor
Se encontraram sob a lua de alcova,
Estavam afoitos e entregues ao amor.
Ela rendeu-se a seus beijos e carícias
e também ao seu amor.
Ele nunca amara ninguém
e agora não conseguia se ver longe daquela donzela, tão bela era ela.
E assim viveram por alguns dias, até que chegou o dia de sua partida.
Pobre donzela, aos prantos se entregou, se desesperou e assim morreu de amor.
E ele, pobre coitado, se viu açoitado.
Já sem razão para viver, sem sua donzela, a quem teve delirios de amor.
Se envenenou.
A tarde estava como sua donzela gostava: nublada, cheia de brumas...
E assim ele se foi, morrendo em seus delírios de amor.


Por: Minerva Locked
Para: seu amante Campos-Henrique

CONSTRUÇÃO


Concreto concerto, conserto o que é certo

Fissuras da fissão, apenas uma fração da facção

O átomo átono à tona, à toa, atina o tomo

Tábuas entre tábulas são fábulas fractais

E os cristais entre os crisântemos?

São vitrais do cristo, crista de toda uma casta

Fôrmas de formas diversas disformam e forjam a firma

Desmoldam a moda que como alva nódua não se nota

E tornam ao trono em tôrno, no entorno do terno e eterno

Pisos e frisos, paço e poço do sobe e desce

Pulso em pulo e o jovem polo em norte polo é recebido com pálio

Mesmo que pálido é polido, sim, é

Pois senão, o pupilo seria punido frente ao púlpito

Ao mostrar-se ao público

Vaga de vagalumes de luminiscença vaga, apaga, naufraga

Ao cairem as estrelas, na extrema estela ou na estola da estrela do estilo

E a festa em fausto, a fita em foto, o fado fato

Operários suam, operam a opereta, mas não opinam a ópera

quarta-feira, 6 de abril de 2011

SAUDADES


Mesmo depois de tanto amar, voltei à solidão
De meu coração escorre um fétido mar de caldas
Negro prurido exala este meu hálito de dor
Nosso amor grita por eterna liberdade
Mas impera a iniquidade do Senhor das Trevas
Manhãs núbias, vidas incertas, certezas dúbias
Tardes de névoa, tardes gris, nosso canto, infeliz pranto
Noites geladas, a neve machuca, o frio ataca esta minha estrada
Não há luz nem fogo, o que nos aquece é nossa paixão
Mas a escuridão insiste em nos ater, não existe mais o amanhecer
O sol pálido invade min'alma, o amigo não pode trazer-me de volta
Meu amor está longe e suas lágrimas me ferem como punhais
E os rompidos cristais estilhaçam e vazam minha carne
Meu sangue jorra um choro maléfico
Que infesta as margens da minha esperança
Já não mais se alcança, não há cânticos de desejo
Nem enlevo, quiça o êxtase que nos uniu
Você partiu e a distância aniquila meu ser
A luz se esvai, nefasta aguarda-me a sorte
Presságios da morte, megera que drena e a vida me acaba
Sinto um vazio em meu peito e esse sofrer já não tem jeito
Preciso estar junto a você ou morrerei
Partirei sem dizer adeus
Quero de volta as lembranças de nosso amor
E essa dor, mandá-la ao inferno
Quero beijar, abraçar, amar novamente
Em meu mundo presente, aqui, agora
Lá fora o frio humilhado, distante de nós
Quero ouvir a sua voz
Preciso banir a tristeza de mim

Selo Stylish Blogger Award




Fui indicado por Marcela Melo do blog Mais do Mesmo 5- http://mmelomaisdomesmo.blogspot.com/
. Grato, Marcela
Ela, apesar de me odiar e odiar meus escritos, me enviou o Selo Stylish Blogger Award.
E assim devo retribuir a gentileza conforme as regras.
Agradeço desde já o reconhecimento de todos que visitam meu blog!

Sobre especificamente este selo conforme as regras:
-Ao receber o selo deve-se repassar para 15 outros blogs
-Indicar sua postagem para esclarecimentos (como eu fiz agora)
-Comunicar os 15 escolhidos com um comentário em seus blogs
-E incluir no seu post 7 coisas sobre você.

7 coisas sobre mim:

1- Acordo de bom humor todos os dias

2- Curto Heavy Metal, Classic Rock, Blues, Clube da Esquina e música clássica

3- Amo ler e escrever!

4- Sou naturalista e naturista

5- Sou ateu

6- Gosto de mulheres jovens e amo minha namorada mais que tudo

7- Sou solitário e não troco minha liberdade por nada



15 Blogs que indico:

1 - http://do-jeito-que-sou.blogspot.com/
2 - http://barracodasideias.blogspot.com/
3 - http://amorbandidu.blogspot.com/
4- http://monologodasemocoes.blogspot.com/
5- http://muitosujoepoucolavado.blogspot.com/
6- http://mariangela-poesiasereflexes.blogspot.com/
7- http://kaosandcoke.blogspot.com/
8- http://haydeecerantola.blogspot.com/
9- http://humilitate.blogspot.com/
10- http://ausuaria.blogspot.com/
11- http://wonderland-of-evil.blogspot.com/
12- http://poetaspoesiadiversaoearte.blogspot.com/
13- http://psth0301.blogspot.com/
14- http://pamelamarciano.blogspot.com/
15- http://liriapari2.blogspot.com/

MELÕES


De todos os melões que provei em minha vida jamais havia visto algo tão belo
Sua cutis caramelo, sem estrias, sem ranhuras, cicatrizes ou gorduras
Tão redondos e macios, além da perfeição
Além até da minha própria imaginação
De carnes fartas e douradas, suculentas maravilhas que me enchem a boca d'água
Meus olhos se agigantam ao vê-los, pra tê-los dou minha vida
Ao pegá-los em minhas mãos estremeço, de tudo esqueço e viajo
Por mágicas dimensões, por um mundo de gratas emoções, paixões
Ilusões serenas, longe do alcance de almas terrenas
E ao sugar seu lácteo mel, do mamilo rumo ao céu, descubro o paraíso
E já totalmente sem juizo noto que o infortúnio de Adão não fôra a solidão
Nem mesmo ter provado o sabor da macieira
Seu grande desconjuro, sua mal fadada asneira
Foi sequer um dia teus melões ter beijado
Quiça este fruto do amor eterno abocanhado
Jamais saber ser os teus melões o verdadeiro fruto do pecado
Que tolo!
Condenado por ter tocado o fruto errado e por isso humilhado
E ser do áureo éden enxotado
Eu, sim, posso dizer-me um felizardo

domingo, 3 de abril de 2011

FETICHE


Paralelas deslizam neste mar de piche
E eu aqui ensaiando meu fetiche
Sozinho em semi-leito me ajeito na poltrona
Vou atrás da minha dona, vou buscar a minha dama
Então, alojado em corvim, elaboro meu jardim
Onde existem só rosas vermelhas, centelhas de amor
Suspiro, fecho os olhos e a vejo
Doce, nua e depravada
Como a lua de alcova, escancarada
A roubar meu coração que ungido em paixão bate forte
Enquanto essa estrada leva-me ao norte, ele espanca meu peito
Minh'alma sangra e, como que zanga, a febre me alucina
A culpa é dessa moça, que ontem foi menina
Mulher fatal, feiticeira da luxúria, anjo do mal
Vou perder-me em seus lindos caracóis
Vou render-me à sua mágica alegria
Deleitar-me em seus beijos e rolar por seus lençóis
Me aninhar sedento em seu colo
E em dolo provar de mi'a sentença
Em seu ninho largar esse corpo danado
Derramar, sem licença, meu desejo em sua carne cetim
E me esbaldar nessa fenda carmim até extenuar
Seus lábios tenros, cheirosos, gulosos, suplicam por meus beijos
E vou sugá-los até que exploda de loucura
Até que jorre sua candura e eu me deixe levar pela tortura e esmoreça e apague
E, ao final, já sonolento, com o courino todo roto
O semblante meio torto e o falo quase morto
Eu descubra que a vida é isto
De divinas emoções, um misto
Um amor inocente que surge, cresce e domina
Mesmo que nasça de um imprevisto