Mulher de preto com vestes de couro
Quando, sob teus pés, me ponho servil
E me mandas beijar-te, submeto-me às tuas vontades
E me ordenas ao prazer de teus anseios
E exiges que eu seja teu objeto de desejo
Sinto que só posso ser teu escravo,
Por toda uma vida render-me aos teus caprichos.
Como gosto de ter minha carne rasgada.
Ah! Como eu gosto de rastejar implorando teu carinho.
E negas. Desdenhas. Duvidas do meu amor
Pisas, cospes em mim, me agrides com teu açoite
Para depois cobrir-me com teu manto
E retornar a bater este chicote
Com amor, com volúpia, cheia de tesão,
Mas sempre no comando.
No comando de minha paixão, de minha vida.
Quando estou em carne, profundo, dentro de ti
E tocas meus lábios com teus dedos lineares,
Natureza generosa, Afrodite de meus sonhos,
E arrancas meus cabelos já escassos e grisalhos
Sofro por não poder chegar ao êxtase.
Não sem tua permissão.
Seria o maior dos enganos, o maior dos ultrajes
E eu não me perdoaria jamais,
Mas tu me perdoarias sim, pois és generosa.
Cada marca de teu salto em meu peito,
Cada gota de meu sangue em tuas unhas,
Cada sinal de tuas mordidas por todo meu corpo,
Cada gota do vinho que bebo em tua homenagem
Faz-me te amar mais e mais
Dá-me a certeza de ser teu capacho
Por todo o sempre.
E ser possuído por ti,
Oh! Meu lindo demônio,
Faze sentir-me eternamente teu menino,
Que dorme feliz e sorri como um anjo.
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