segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CORAÇÃO GELADO


Abandonado neste triste recanto
Pedras, concreto, solidão
Meu amor não me aquece mais
Não existe luz lá no fim
Escuridão
Eternidade
Não há infernos, nem céus
Deuses ou demônios
Sequer sala de espera
Purgatório Fétido
Clausura nesta fria urna
Não sinto meu sangue correr
Nem minh’alma ferver
Paixão sem propósito
Rigor mortis
Meus sentidos se foram
Não falo, não ouço, não vejo
Nada sinto
A não ser meu coração gelado
Pensamentos diluídos na imensidão
Do nada

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