domingo, 24 de outubro de 2010

ALÉM MAR



Como posso acreditar em meus sonhos?
Como posso fugir de meus delírios?
Como posso escapar de meus devaneios?
Lembranças que nada trazem além de lágrimas
Mesmo que corra por todo este mundo estrangeiro
Não tenho como seguir
Águas malditas me impedem
Não me deixam acariciar teus negros cabelos
Ou fitar teus negros olhos
Pérolas de ébano que lançam feitiços
Dominam esta pobre alma perdida
E adentram minha mente em pesadelos
Busco novamente teu sorriso
Quero voltar ao calor do teu colo
Reconquistar a paz que sentia a teu lado
Se soubesse voltaria nadando
Se pudesse sairia voando
Romperia a barreira, quebraria a distância
Só pra te encontrar, meu amor
Mas como?
Este mar cristalino e rebelde me impede
Tortura-me
Rouba-me de ti
Meu corpo molhado não reage à minha voz
E moribundo espera o deleite de corvos
Não posso voltar, amor
Não posso ferver meu sangue no teu corpo nu
Sofro por não ter atitude
Queria gritar meu amor à multitude
Prisioneiro que sou nesta redoma de vidro
Despeço-me da vida desde já
Não mais suporto viver longe de ti

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