domingo, 24 de outubro de 2010

MORTE VENHA ME BUSCAR


Escrevi este poema num momento de rara inspiração
Acho
Não tenho a habilidade que queria com as palavras
Principalmente as que vêm do meu coração
Tão apaixonado por aquela bela
Com o pensamento revolto e disperso
Redundante e reticente por sua imagem
“Conto os dias, agora conto as horas também
Está chegando o grande dia
Quando trombetas e clarins romperão os ares
E tambores rufarão sismos em meu interior
A brisa tornará ciclone e revolto jogará o mar
A revolução anunciará a invasão dos anjos
E dar-se-á a gênese de uma nova era
Tudo isso quando estiver ao seu lado, meu amor
Mas será que quando estiver a contar os minutos
Meu coração suportará tamanha emoção?
Só o tempo carrasco dirá”
Tanto, tanto amor reservei para este momento
Mas ele não veio
O tempo carrasco fluiu mudo
Urgiu o desespero em minh’alma solitária
E nada disse
O infortúnio que carrego é impar
Único para um ser vivente
Sobrevivente
Nem mesmo a dama de negro me quer
Por mais que implore
Por mais que clame por piedade
Não sou merecedor sequer da escuridão
A morte não estende sua mão
Sua lâmina não almeja extirpar meu viver
Talvez queira brindar-me com sarcomas e peste
Antes de seu derradeiro golpe
Pra que eu sofra, sofra até aprender
Que amar não vale à pena
Suplico-lhe, morte
Não quero mais sofrer
Não quero viver neste mundo eternamente

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