terça-feira, 24 de maio de 2011

UM MAR DE LÁGRIMAS


A vida insula carrego de pene repleta
Concreta apenas minha solitude
Amiúde, vivo cercado de mares prantosos
Angústias de atrás, de ontem e aquém
Fobias do além incerto, do nada que espero
Tal qual saga de Homero
A alma carente de ti, minha doce Helena
Minha pequena, morena que ao longe recordo
E esta nau que não torna e me leva a bordo?
De volta aos teus beijos
Não há braço que a meu mundo te traga
Vaga lá outra cá rebentam em meu peito
Sepá um estreito ao alcance dos olhos
Olhos tristes meus, sem esperança
Fenece-me o íntimo e em ruínas me encontro
De pronto me esvaece a vontade de viver
Ao meu perecer empedram górgones meu ferido coração
Não há emoção nem mesmo sorriso que hilare
A fulgência em meu sol libada está, fraca, esmorecida
Como esmorecido estou, meu interior padece de dor
Sem teu amor, este megero fastio a razão me castra
Basta o sofrimento!
Enebrio em etílico lamento
Não aguento tanta saudade
Não mereço tamanha infelicidade
Genuflexo, clamo aos céus piedade
Imploro, desconexo de sanidade
Sem forças nem posso braçadas tentar
Choro e enlouqueço de tanto te amar
Esta sombria ilha me prende
Maldita solidão!
A morte vou desposar, isto sim
Afogado em lágrimas próprias
Meu epitáfio
Será meu triste fim!

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