Tu, maldita, és culpada por minha amarga indigência
Tiraste de mim meus sonhos, minha doce inocência
Do alto do mármore toda tua soberba imponência
Te achas onipotente, a própria eminência
Mas apenas és marco de pútrida insolência
Me faz triste, arrazado, tua suprema indecência
Percebeste que isso foi um ato de imprudência?
Fazer sofrer quem ama é prova clara de ingerência
Ou, pra ser mais realista, atestado de insciência
Não medes o que fazes co'essa tua impaciência
Tanto quis amar-te e usufruir de nossa inerência
E hoje só me resta a claridão da impotência
E desconsolado fico com a minha inferência
Tu esperas compaixão, perdão, indulgência
Ma só posso oferecer-te o dissabor da inclemência
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