domingo, 8 de maio de 2011

SEM PERDÃO

Tu, maldita, és culpada por minha amarga indigência

Tiraste de mim meus sonhos, minha doce inocência

Do alto do mármore toda tua soberba imponência

Te achas onipotente, a própria eminência

Mas apenas és marco de pútrida insolência

Me faz triste, arrazado, tua suprema indecência

Percebeste que isso foi um ato de imprudência?

Fazer sofrer quem ama é prova clara de ingerência

Ou, pra ser mais realista, atestado de insciência

Não medes o que fazes co'essa tua impaciência

Tanto quis amar-te e usufruir de nossa inerência

E hoje só me resta a claridão da impotência

E desconsolado fico com a minha inferência

Tu esperas compaixão, perdão, indulgência

Ma só posso oferecer-te o dissabor da inclemência



Nenhum comentário:

Postar um comentário