segunda-feira, 23 de maio de 2011
ALEXANDRIA SEVERA
Pois não, deusa do açoite, o que queres essa noite?
Severa serás comigo, ó, amada Alexandria?
Vais me dar flagelo, dor, castigo?
Sangrarás minhas costas com tuas garras de tigresa?
Puxarás meus cabelos, já escassos por tua malvadeza?
Morderás meu peito?
Pisarás de salto alto em mim?
E, pra que esse negro chicote?
Será hoje meu dia de sorte?
Que poderei dizer, senão, te amo loucamente?
Sou teu capacho, teu motivo de escracho
Teu escravo, do teu jardim sou o cravo
Que despedaças, podar até embaixo ameaças
Mas sei que não o farás, pois sou teu único macho
Teu servo devasso
E tu, minha última flor do lasso
Minha cadela no cio
E só um pode preencher do outro o vazio
És a cura deste âmago doentio
Sim, senhora!
Prometo calado apanhar e eternamente te amar
Sem mais um único pio
Submisso ao teu desvairio
Morrendo de dor e perdido de amor
Dedicado à minha mais nova musa, Alexandria Severa, mulher malvada, sádica, que, com suas unhas e dentes, seus sapatos e chicotes, deixa minha pele em situação deplorável, cheia de hematomas, edemas e cicatrizes. E a mim, cada dia mais apaixonado
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