sexta-feira, 20 de maio de 2011

ETERNECER


Cada segundo uma oportunidade
A verdade o hoje, o agora, o presente eterno
Lembranças são cristais reluzentes
Frágeis tal que se quebram e não tornam
Mosaico formam, sem uno
Dispersam , regressam disformes, impuros
O futuro?
Não que incerto seja
Apenas o que não existe almeja
A paz benfazeja, utópica esperança
Tenho sonhos de criança, menino que sou
Sonho com um mundo onde não há mal
Onde o tempo atemporal
Sonho com o nada
Meus projetos eu busco
Grito, corro, luto
Porque sei que esta vida é certa
Como certa é a morte
Meus amigos, meus irmãos
Sanguínea descendência?
Pífia indecência
Inimigos?
Fodam-se todos
Não tenho deus nem mesmo religião
Sou filho da razão
Não vivo de ilusão
Sou certo, reto, direto
Efêmeros valores são para tolos e covardes
Arde em mim a paixão
Em meu coração o amor a uma linda mulher
Que me quer, me deseja, me tem
Sou sim seu refém
Árvores já plantei, centenas delas
Filhos os tenho, orfãos, do mundo são
Absorvidos pelo mundo cão
E minha vida é rabiscar sandices
Amores, paixões
Heresias, blasfêmias, poesias
Às vezes, hipocrisia
Fruto da  minha exacerbada idiossincrasia
Autêntico, insano, livre, louco
Espero crescer mais um pouco
É isso realmente o que quero
Voltar ao pó, minha única sina
Que espalhe, a natureza, minha mãe divina
Pelo universo a energia de meu ser
E meu espírito pagão abrace por todo eternecer

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