sábado, 2 de julho de 2011

NICOLAS TRINCA-FERRO



Que falta sinto de ouvir teu cantar

Já não saltas mais, não tens mais alegria

Não és mais aquele moleque nos gravetos arboris

O pio de tua amada são recordos

Apenas lembranças de uma salvaguarda esquecida

Estirpada de tua natura essência

Tu e teu bico forte

Tu e tua plumagem multicor

Tu e teu estrépito assobio

Estéreo histérico clamor

Que trinca o ferro no trincolejar da bigorna

Atrás de tua máscara negra

Volta e tempera minha viola

Vem e chama o Chico pra almoçar

Denuncia a tia Chica, a medusa baforenta

Vem meu pixarro pipirão que tá pronto teu pirão

Tua papinha de banana te espera

Mas tragas contigo o meu amor

Tragas junto minha morena tão bela

Trás de volta minha querida Isabella

Ou, se não tiver jeito, diga a ela o meu amor

E que a saudade o meu peito corrói

É muita dor essa distância megera

Tanta que meu coração dilacera

A minha, a tua, as nossas razões usurpadas

Degoladas pela falta de amor

De quem guardião deveria ser de nossas paixões

Um comentário:

  1. O poeta chama, suplica nas mais altas vozes, assim como no claustro dos seus gritos silenciosos e sufocantes, o nome da sua amada. E não há maior fonte de inspiração que a doença da paixão instalada. E não há dor mais lacerante que a de existir sem consumar essa lenta e impassível, fantástica e irresistível jornada.

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