Que falta sinto de ouvir teu cantar
Já não saltas mais, não tens mais alegria
Não és mais aquele moleque nos gravetos arboris
O pio de tua amada são recordos
Apenas lembranças de uma salvaguarda esquecida
Estirpada de tua natura essência
Tu e teu bico forte
Tu e tua plumagem multicor
Tu e teu estrépito assobio
Estéreo histérico clamor
Que trinca o ferro no trincolejar da bigorna
Atrás de tua máscara negra
Volta e tempera minha viola
Vem e chama o Chico pra almoçar
Denuncia a tia Chica, a medusa baforenta
Vem meu pixarro pipirão que tá pronto teu pirão
Tua papinha de banana te espera
Mas tragas contigo o meu amor
Tragas junto minha morena tão bela
Trás de volta minha querida Isabella
Ou, se não tiver jeito, diga a ela o meu amor
E que a saudade o meu peito corrói
É muita dor essa distância megera
Tanta que meu coração dilacera
A minha, a tua, as nossas razões usurpadas
Degoladas pela falta de amor
De quem guardião deveria ser de nossas paixões
O poeta chama, suplica nas mais altas vozes, assim como no claustro dos seus gritos silenciosos e sufocantes, o nome da sua amada. E não há maior fonte de inspiração que a doença da paixão instalada. E não há dor mais lacerante que a de existir sem consumar essa lenta e impassível, fantástica e irresistível jornada.
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