quinta-feira, 14 de julho de 2011

CONFLITOS


Congelado na aresta de meu cenóbio cárcere
Assim desgarrado, feito alma púbere
Entre ser um guri ou homem de apreço
Da minha meninez sobram anelos poucos
Sonhos rotos que só no mundo dos loucos
Nostálgica quimera da qual padeço

Do futuro nulo, resta sobreviver o delírio
Minha mente planeja um triste martírio
Ser onipotente, quiçá um déspota pungente
Viver da conquista ilusória de trinta moedas
E morrer só, no lamento de minhas veredas
Por anegar de infortúnios essa massa inocente

Meu cerne, irrequieto, me cobra a paixão
Deixar no vazio um pouco de minha razão
Que vale a fortuna senão de ter um amigo?
O amor é assim – Se resume à amizade
Fraternidade, benevolência, liberdade
Sem isso, a solidão é o fim que a mim maldigo

Pudera eu tornar à sorte outrora perdida
E ter o saber dos percalços da vida
Não estaria hoje aqui neste medo consorte
Rumando ao fim na escura esperança
Volver um dia àquela pudica infância
E abraçar sorrindo a certeza da morte

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