segunda-feira, 18 de julho de 2011

TRAGOS


Essa nódoa gris que é minha vida macilenta
Nojenta e lodosa é minh’alma
Sentado aqui sem ter o que fazer
À espera de morrer, fumando como louco
E rouco de tanto gritar em vão
Querendo teu perdão, mera ilusão
Melhor seria ter calado
Mas embriagado brinco com a sorte
A morte não me leva, mesmo que implore, pragueje e chore
Choro por nada ter além de lágrimas
Pálidas alusões de um futuro sombrio
Vazio em meu peito
Onde estão minhas paixões?
A música ao fundo, melancólica, me faz sofrer
À espera de morrer, fumando como louco, outro cigarro
No canto da sala eu escarro tentando expulsar a podridão que me afoga
A saudade é minha droga, nela me afundo, me escondo do mundo
Não quero ver ninguém que não seja minha amada
Queria tê-la junto ao mim, pertinho de meu corpo
Aninhar-me eu seu colo, sentir seus lábios junto aos meus
Ó meu Deus, onde estão meus sonhos?
Rompidos em cristais já não me refletem a ventura
E esta loucura que danou minha razão
Sangra meu coração partido
Agora estou caído, já meio desfalecido
À espera de morrer, fumando como louco, outro cigarro, mais um trago
O último que às náuseas me leva
Tento resistir, levantar a cabeça
- Meu amor, jamais esqueça, eu não queria assim partir
- Sem teu carinho é triste meu fim
O veneno corre por minhas veias, fugaz
 E não há paz sem te, os cabelos cacheados, afagar
Sem o macio do teu seio pra feliz minha luz se apagar

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