Ele tudo pode,
mas não pode mudar meu jeito torto de ser
Nem o teu.
Ele tudo sabe,
mas não sabe regenerar membros amputados
nem admitir a cagada humanidade.
Ele está em todo lugar,
mas faz que não vê a quantidade de barbáries que seus seguidores cometem
e nem frequenta minha casa.
O xexelento me deu a liberdade
O supremo do amor (pff!!!) me agraciou com o livre arbítrio
Com a condição de que seja seu escravo, é claro
E cumprir suas sandices
Devo amá-lo inconteste
Adorá-lo e reverenciá-lo
Temer sua ira e ser seu capacho
Posso fazer todo o mal que estiver ao meu alcance
Genocídio, infanticídio, homofobia, xenofobia, estupro, homicídio
Calúnia, corrupção, pedofilia, roubo, agressão e o caralho
Aliás, o livro de fábulas imorais, que é sua palavra, ensina bem como se faz
Desde que me arrependa e peça perdão
Ah! Suicídio não posso
Sou obrigado a aguentar essa nojeira que é minha existência humana
Tenho que suportar a porra do fardo que ele me deu, meu fado enfadonho
Também não posso blasfemar contar o tal espírito santo
Aquele que se travestiu de pomba rola e estuprou a virgem na calada da noite
Por outro lado, mesmo que só o bem eu pratique,
mas não o reconheça como o meu senhor,
vou queimar no inferno
Sofrer as mais cruéis atrocidades na terra do capiroto
Não bastarão meus lamentos
Pagarei por minha desobediência eternamente
Eternamente!
Sabem o porquê?
Porque ele me ama
kuashkuashkuashkuash
Como dizia o grande filósofo contemporâneo, padre Quevedo:
- Esto non ecziste!!!
Foda-se então!!!
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