sexta-feira, 29 de julho de 2011

HOJE


Hoje!
Ah! Como hoje estou
Tão eterno como jamais estive
De emoções pleno, reticente em razões
Ciente do fluxo dos meus ódios, amores e ópios
Senhor de minhas ilusões
Ódios distantes, mas vivos
Ópios dopantes e remissivos
Ilusões sem nunca um crivo da realidade
Restam-me os amores
Cativos e eu nem aí
Nem aí com meus ais, pois, se foram
Quais amores?
Os melhores, maiores, os mais puros
Meus filhos, prole bendita, divindades de meu clã
Terra, a natura mãe, portadora de minha essência pagã
A luz, o ar, o sorriso são meus
Vitais e arraigados neste coração apaixonado
E minha amada, senhora de meus suspiros
Cada um deles
Portanto, o que me importa o ontem?
Apenas lembranças além consumidas
Ardidas no crematório de meu corpo defunto
Quiçá, junto aos vermes do ciclo
Sorvidas nos sulcos da carne putrefata
Servidas nos sucos de minha existência inexata
E, o que me importa o amanhã?
Cada passo alcançado é passado
Cada fruto colhido, taxado
E nem sempre a pena vale
O hoje é assim
Não foi nem nunca será
É!
Em breve evento
Apenas momento
Etéreo eterno
Instante constante
Finito infinito
Meu grito de liberdade está no que penso
E meu pensamento está no que sinto
Hoje o que sinto são meus amores
Filhos, a natura mãe, a vida
No apogeu da alegria
De cada dia
A paixão desmedida
Desenhada
Desencadeada
Desenfreada por minha querida Alexandria

Um comentário:

  1. "Meu grito de liberdade está no que penso
    E meu pensamento está no que sinto"
    reticentes razões, poema bonito ....

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