terça-feira, 28 de junho de 2011

EPÍLOGO


Prófugo neste meu canto lamentoso, meu treno pleno

Não consigo epilogar minh'agonia nem sangrar minh'alma mal parida

Essa delusória existência herege asperge em meu âmago a dor

A flor que brota neste tábido lodo não passa de engodo

A esperança não é última que morre

No corre-corre apenas foge de mim

Torna minha carne pistácia, verde de fome

Dome da morte, sem rumo, sem norte

Cabeça raspada, levita, preste

Da samarra urdida em blasfêmia, tal Quasímodo enfurecido

De tal fealdade, banido; de amor, desvairado

Condenado aos plúmbicos crisóis

Não vejo lua, não há mais sóis que alumiem meu viver

Ou mesmo, aqueçam meu penar

Ah! Como dói meu ser! Como triste é meu jazer!

Já não posso respirar, esvai-me o ar dos pulmões

Tolhido no sulfúrico eclipse de minha essência

Eclíptico, no medo de encontrar a dama de gris sobretudo

E assim terminar meu suplício

E encerrar de vez meu  carmático solitudo 

3 comentários:

  1. Viviane Voorheesjunho 28, 2011

    É, você conseguiu abater o "Ronaldo"..kk..

    Beijo, te adoro.

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  2. Há, sim. O clamor de uma alma sorumbática...as vestes funéreas se fazem distintas, muito bem arranjadas num bouquet que cheira à crisântemos...linda composição. Inspira um par de lágrimas...

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  3. lindas como sempre!! amei!!

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