segunda-feira, 18 de julho de 2011

CANSEI!


De tantos ais que nem recordo, cansei
Cansei atrás de ti correr
Tuas juras, sempre em fatias, fatigam meus dias
Ao tempo nunca certeza procedem
Extenuam-me essas juras vazias
Cansei de ti, teus mimos, tuas manias
Teus beijos já não me acendem as veias
Nem ascendem minh’alma aos céus
Tua voz, as notas musicais de teus lábios
Nem mesmo entre teias um só acorde perdido
Nem mesmo um tépido suspiro teu em meus lençóis
Na alcova de penas em noites quentes de lua
Deleito vadio em meu travesseiro
Insone, pensando em ti, enlevo garrado
E tu’imagem, apenas crida em meus sonhos
Nunca que o sopro divino à luz concede
Sequer tua carne concebe a minha razão
Tua dissimulada inocência me estafa os miolos
Mentiras e fugas me enredam tristeza
Reticente, de passos in retro
Tantos porquês só me afastam de ti
E tu, cativa em meu cristalino
Te escusas entre lágrimas de adeus
Inda que de molesta paixão enlouqueça
Deveras ferina saudade eu morra
Cansei!

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