terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

NÚMEROS


A coisa mais inútil que existe neste país é o cidadão comum. E o que é o cidadão comum? É aquele cidadão que, independente da sua classe social, é apenas um número. É esse cidadão que trabalha em média 264 dias por ano. É o cidadão produtivo, que toca o país pra frente, que engrandece nossas divisas, que faz essa porra funcionar, mesmo que aos trancos e barrancos. Se considerarmos que a população trabalhadora ativa deste país é de 100 milhões de pessoas  e ,descontados os desempregados que são em torno de 8 milhões, temos 92 milhões de trabalhadores aqui nas terras tupiniquins.
Os parlamentares do Brasil, sejam eles da escala federal, estadual ou municipal, somados aos seus milhares de imprestáveis asseclas, trabalham a bagatela de 96 dias por ano. Acreditem, 96 dias por ano. Aí, comparem: Enquanto o trabalhador que faz essa porra funcionar trabalha 264 dias por ano, os imbecis eleitos pelo voto direto trabalham apenas 96 dias. Por isso que eu digo que não tem ninguém mais otário que o cidadão comum.
Os números nesse país não são levados a sério. Vejam só: Há alguns anos atrás, uma advogada espertalhona desviou uma fortuna e foi condenada a devolver aos cofres públicos um valor de R$ 200 milhões, cumpriu 14 anos de pena e hoje deve estar gozando do que lhe restou, visto que fora apurado na época que o seu esquema desviou quase a metade da arrecadação da previdência dentro do espaço de um ano. E é lógico, ela também está gozando com as nossas caras, tirando uma dos otários. E tudo fica como se ela tivesse surrupiado uns trocados de pinga. E não podemos esquecer é que essa senhora foi apenas um “boi de piranha” e quem não sabe o que significa a metáfora que vá se informar.
O grande problema dos políticos brasileiros é que eles não querem roubar muito, eles querem roubar tudo e roubam. Não podemos nem considerar descaramento, isto é uma coisa cultural, natural e genética do povo mal educado deste país.
Também pudera. Não poderia e nem deveria ser diferente. O nosso sistema carcerário é a coisa mais estapafúrdia que conheci na vida. Um preso custa para o estado, em média, o valor simbólico de R$ 44800 por ano. O Brasil tem uma população carcerária de cerca de 500 mil vagabundos que, multiplicados ao custo unitário x ano resulta na mixaria de R$ 22 bilhões por ano gastos com indivíduos que nada fazem para o engrandecimento desta nação. Pra se ter uma idéia da expressão deste número, o saldo de nossa balança comercial ( diferença entre o que o pais vende e o que compra) no ano de 2010 apresentou um valor pouco maior que R$ 30 bilhões, ou seja, gastamos 2/3 do nosso lucro, produzido por cerca de 90 milhões de trabalhadores, para sustentar 500 mil vagabundos.
Aí vão justificar: Mas precisamos mantê-los presos. Santa inocência. Com esses valores poderíamos manter essa corja presidiária em hotéis de classificação média, na mordomia e sem ter que produzir nada. Aí poderíamos tranquilamente retirar as grades que nos prendem frente à TV, não precisaríamos de seguro contra roubo e nem nos preocuparmos com possíveis violências sexuais contra pessoas de nossa família, visto que, aos nossos hóspedes fanfarrões se uniriam um sem fim de companheiras e companheiros que também não gostam da labuta.
O Brasil tem um efetivo aproximado de 500 mil policiais militares, ou seja, um policial militar para cada preso, que, em média, ganham por ano um valor menor do que o custo de um preso. Se dobrássemos o efetivo teríamos mais policiais nas ruas e, por raciocínio lógico, um número cada vez menor de bandidos porque é mais fácil dois policiais prenderem um marginal do que um, ou a minha matemática está equivocada?
Com o enxugamento das populações carcerárias o país poderia investir em educação, até mesmo a de nossos hóspedes folgazões e assim, teríamos um país melhor.
De tudo isso, a única coisa que eu não consigo entender é porque, enquanto um preso custa aproximadamente R$ 45 mil por ano, um aluno da rede pública custa somente R$ 3000,00. Não existe alguma coisa muito errada acontecendo ou sou eu que, com o meu pessimismo exacerbado, não consigo fazer as contas direito?

Me corrijam, se eu estiver errado. Tem espaço suficiente na sessão de comentários. Por favor, me ajudem a entender os números.

2 comentários:

  1. A sociedade criou os Direitos Humanos. Mas, na nossa sociedade, os Direitos Humanos funcionam de fato apenas p/ presidiários e p/ aqueles que gozam de altos cargos e de um status máximo na hierarquia social. Para eles, e para os presos, existe direitos humanos. Já para o cidadão comum existe apenas a lei, o cumprimento de ordens e regras e a imposição de um padrão aceitável.
    Ninguém comprará outro colchão p/ mim se eu queimar o meu! Ninguém vai "deixar p/ lá" se eu roubar 1 bolacha do supermercado, quem dirá milhões! Infelizmente é uma realidade.

    Adorei seu texto. Fiz propagando p/ vários amigos rs. Parabéns =)

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  2. Viviane Voorheesfevereiro 04, 2011

    Isso é Brasil!!!....A objetividade não existe, a praticidade, então.....nem sabem o que significa...(aliás, fingem não saber porque é mais cômodo não saber)...
    Assim ó: Arranca a pele destes humanóides desprezíveis, bota num saco, e de helicóptero/avião de carga ou seja lá o que for, joga em plena ilha de Guadalupe, Pacífico......pronto...tá feito....

    Beijo.

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