quinta-feira, 2 de junho de 2011

TEUS LÁBIOS

Teus lábios, tão doces lábios
De carnes veludo e tom carmesim, magia os teus lábios
Que tocam os meus no melhor beijo
Tal que estrelas vejo
Não vistas por ti aquelas, sim as estelas no firmamento perdidas
Escondidas no breu, somente violadas ao telescópio
E, como tomado de ópio, minhas pernas bambeiam
Sudo de terno arrepio, já sem ar me toma o frio
Me corre um imenso calafrio pela espinha dorsal
Descomunal, o desejo me invade
Vontade de mordê-los sinto
Comê-los em sangue vivo, tal lobo faminto
E os mordo. E sangram eles
Os sugo com tamanha sofreguidão
Emoção, paixão, alucinação me castram a razão
Enlouqueço de tanto tesão
Minha língua tua boca macula
De anseios pulula em busca da tua
E tua língua, treslouca, impõe o reverso
Em verso se encontram, gladiam em laço
Tentam driblar a prima lei do universo
Ocupar ao mesmo tempo o mesmo espaço
Confusos, misturam-se meus lóbulos
E meus glóbulos, os de rubra cor, ebulem de amor
O fluido que em minhas veias corre, ferve
E mesmo o beijo mais breve é eterno
Mas teu beijo é o pior beijo também, me torna refém
Ao inferno me leva, é pura maldade o teu beijo
Teus lábios, cada vez que os deixo, purgam-me horrendo castigo
Me tiram o juízo, corro enorme perigo
Viver o inferno da saudade
E apenas lembrar que um dia vivi o paraíso

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