quarta-feira, 6 de abril de 2011

SAUDADES


Mesmo depois de tanto amar, voltei à solidão
De meu coração escorre um fétido mar de caldas
Negro prurido exala este meu hálito de dor
Nosso amor grita por eterna liberdade
Mas impera a iniquidade do Senhor das Trevas
Manhãs núbias, vidas incertas, certezas dúbias
Tardes de névoa, tardes gris, nosso canto, infeliz pranto
Noites geladas, a neve machuca, o frio ataca esta minha estrada
Não há luz nem fogo, o que nos aquece é nossa paixão
Mas a escuridão insiste em nos ater, não existe mais o amanhecer
O sol pálido invade min'alma, o amigo não pode trazer-me de volta
Meu amor está longe e suas lágrimas me ferem como punhais
E os rompidos cristais estilhaçam e vazam minha carne
Meu sangue jorra um choro maléfico
Que infesta as margens da minha esperança
Já não mais se alcança, não há cânticos de desejo
Nem enlevo, quiça o êxtase que nos uniu
Você partiu e a distância aniquila meu ser
A luz se esvai, nefasta aguarda-me a sorte
Presságios da morte, megera que drena e a vida me acaba
Sinto um vazio em meu peito e esse sofrer já não tem jeito
Preciso estar junto a você ou morrerei
Partirei sem dizer adeus
Quero de volta as lembranças de nosso amor
E essa dor, mandá-la ao inferno
Quero beijar, abraçar, amar novamente
Em meu mundo presente, aqui, agora
Lá fora o frio humilhado, distante de nós
Quero ouvir a sua voz
Preciso banir a tristeza de mim

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