quarta-feira, 6 de abril de 2011
MELÕES
De todos os melões que provei em minha vida jamais havia visto algo tão belo
Sua cutis caramelo, sem estrias, sem ranhuras, cicatrizes ou gorduras
Tão redondos e macios, além da perfeição
Além até da minha própria imaginação
De carnes fartas e douradas, suculentas maravilhas que me enchem a boca d'água
Meus olhos se agigantam ao vê-los, pra tê-los dou minha vida
Ao pegá-los em minhas mãos estremeço, de tudo esqueço e viajo
Por mágicas dimensões, por um mundo de gratas emoções, paixões
Ilusões serenas, longe do alcance de almas terrenas
E ao sugar seu lácteo mel, do mamilo rumo ao céu, descubro o paraíso
E já totalmente sem juizo noto que o infortúnio de Adão não fôra a solidão
Nem mesmo ter provado o sabor da macieira
Seu grande desconjuro, sua mal fadada asneira
Foi sequer um dia teus melões ter beijado
Quiça este fruto do amor eterno abocanhado
Jamais saber ser os teus melões o verdadeiro fruto do pecado
Que tolo!
Condenado por ter tocado o fruto errado e por isso humilhado
E ser do áureo éden enxotado
Eu, sim, posso dizer-me um felizardo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1ªmente parabéns pelos engenhosos poemas este dos melões nossa bota engenhosidade!
ResponderExcluirescrita legal linguagem simples nos faz lê-lo rápido e nem pecerbemos que se foi o último verso
novamente Parabéns ......... e muita inspiração
minha admiração por vc: cada vez melhor!
carinhosamente
tchau
att. irany (flor)