terça-feira, 12 de abril de 2011

CATARSE


E essa faca enfiada em meu peito?
E essa voz que grita, urra, ensurdece?
-Só quero estar perto de ti!
E a luz se acalma, desvanece-me a alma
Minha vida escorre ao fio, o negro cresce
E o aço, agora ao tom carmesim,
Com seu brilho cavo, oco, pálido
Anuncia meu esquálido fim
Tu partiste sem ao menos dizer-me um adeus
Voaste aos céus vestida em fúnebres véus
Sob a linda alvura da morte
Gélida tal minha sorte, sem sorriso e com um tísico porte
Ah! Como dói meu peito, efeito de tua tragédia
Como sofre meu coração, golpeado agora, então
Não tenho teto nem mesmo chão
Sinto um imenso vazio e um gosto tardio de esperança
No olhar, apenas lembranças
Percebo chegar a bonança
E a luz torna ao fim desta estrada
E tu, meu amor, de anjos cercada
E braços abertos
Meus últimos passos aperto
Já não estás tão longe
Grito, de novo, teu nome
Teu abraço eterno me urge
Logo estarei junto de ti
Para sempre 

Um comentário:

  1. doreiii nossa temos 1 poeta da 2ª geração do Romantismo!(ou ele ressurgiu de lá pra nos dá o prazer em seus versos)

    vc esta muito bom na poesia, parabéns!

    bj.

    irany (flor)

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