segunda-feira, 25 de abril de 2011

ADEUS


Meus passos perdidos nesta sombria estrada do fim
Dormentes, meus pés já não respondem 
E esta caminhada me afasta da luz
A cada marco meu cansaço é menor
Já não existe a doce brisa em meus pulmões
E o meu coração se cala em trevas
Sinto as lágrimas caírem de ti, em meus olhos, que nada veem
O frio me invade e o rigor me torna pedra
A canção ao longe soa triste: Prisioneiro em teus olhos
O céu, apenas vazio, não há nada na imensidão
Não há vida além, não há ninguém
Sinto as lágrimas caírem de ti, sobre mim, em rosas de adeus
Este alívio em minh'alma não quero
Quero-te apenas, amor!
Não quero a morte. Não quero a dor
Sei que terei o horror desses vermes nesta solitária escuridão
A corroer meu corpo, meus ossos, meus olhos
Aqui, onde moram lamentos, onde morre a esperança
O inverno negro me aguarda com o fedor de triste lembranças
Mas nada é eterno e aqui neste sítio ao pó voltarei
E, quem sabe um dia, há de sorrir-me a vida
Mais uma vez
Pena que, se houver, será sem o teu amor

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