terça-feira, 21 de dezembro de 2010

NÁUFRAGO





Me deixa à deriva tua beleza
Teu âmago é coisa divina 
Doces palavras brisam de teus lábios carmesim
Cambaleio ao ver a silhueta de teu corpo sob a anágua 
Estonteio ao tocar seus mamilos carmim
Minha nau faz água
Sucumbe às vagas
Seu corpo é como tornado
Sua pureza é tal que em sorrisos transbordo
Meu coração, cercado por mandíbulas, humilhado
Sinto romper o aço a estibordo
Não dá mais pra segurar
Náufrago!
Afogado nos delírios de um amor sem fim
Sem ter medo de meus ideais às águas deixar 
Passei a vida toda amando
Constantes alucinações
Seguidas decepções
Cicatrizes profundas de adagas de marfim
Já era hora de aprender
De saber fugir desta armadilha
Saber que a nau é frágil
De cristal
Qual nada
O amor me dominou novamente
Não sei fazer outra coisa senão amar
E toda essa tormenta se fez calmaria
Tempestade se vai
Anuncia a bonança
Luz de um sol que espeta os prismas 
Transforma minha vida num arco-íris
E, como um destroço, aporto nesta ilha
Adormeço em teu colo
Exausto!

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