segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

DOR


Sinto um mal estar apertando meu peito
Não consigo respirar
Tenho náuseas
Calafrios
Pesadelos
A vontade de viver se esvai em minha alma
Saber não ter qualquer importância
Não suporto esta dor
A tristeza tornou-se dona de meu ser
E vivo num mundo de invernos
Sem um dezembro por vir
Nuvens escuras anunciam a tempestade
Torrente de lágrimas de um pai esquecido
Que só queria ser amado por seus filhos
Nada de reconhecimento ou gratidão
Apenas ser amado como sempre os amei
Mas não valho nada
Sequer atenção mereço
Pois quero partir agora
Viajar aos confins da floresta negra
Isolar-me do mundo
Banir-me em clausura
Quero ir ao encontro de chacais
Para que rompam a carniça deste corpo putrefato
Que não mais deseja viver
O gelo me rompe as entranhas
Dor, dor, dor
Quero vomitar
Expulsar meus medos
Livrar-me da angústia
Calar meu desespero
E não vejo outra solução
Nada mais me resta senão a morte
Mas tenho que esperar por ela
Sou um fraco
Um covarde que sequer consegue projetar seu destino
Morte, me leva!
Por favor, suplico-te!
Tu sabes onde me encontrar

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