terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A BELA E A FERA


Encantas, mulher
Teus predicados exorcizam esse cativo das trevas
Que não quer saber de teus defeitos
Tampouco teus surtos
Gosto mesmo desses teus trejeitos
Açucarados trejeitos
Ode sinfônica como um cisne ao lago
Andar de cristal
Cútis âmbar
Fartas ancas, glúteos bombom
Delíciosamente sensuais
Face angelical
Lábios de mel
Olhos agudos, olhar perfurante
Fala poética
Voz angélica
Hálito perfumado
Fragrantes desejos
Flagrantes anseios
Conversa envolvente
Sapiente
Mãos calientes
Beijo eloquente
Vício indecente
Ópio sulfúrico
Que corrói meu âmago telúrico
Teu sorriso me faz voar livre
Por entre as nuvens
Como plumas à brisa
A divagar pelo éter
Etéreo e eterno
És a onipotência da beleza
A inveja de Afrodite
És afrodisíaca
O religar de meu eu maior
E eu!
Apenas um monstro
Um ser desprezível
Horrendo
Criatura vil e esquiva
Mal intencionado
Malévolo
De olhos grandes
Cara peluda
Caninos à mostra
Canibal
E coração gigante, guerreiro e bobo
Louco de amor
Por ti
Por toda minha vida
Teu guardião
Teu protetor
Teu escravo
E se quiseres, teu amante
Isso eu sei fazer muito bem
Mil anos
Mil vidas
Mil mundos
Por cem centenas de certezas
Te amarei fiel
Amigo
Como um canídeo adestrado
E no deleite, um lobo faminto
Apaixonadamente feroz
Sou teu
Somente teu

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