sexta-feira, 19 de novembro de 2010

VIRGEM DE ONÃ




A doçura de seu corpo transpira desejos
A penumbra convida à pensamentos descabidos
Ideias de amor
Imagens floreiam seu despudor
Pinças percorrem sua pele
Eriçam-lhe a pelúcia
Ela sonha com um ser mítico a tocá-la
Nautilus - aquele que tateia no escuro
Criatura cefalópode, inteligente, desbravadora, redentora
Cerra os olhos e percebe seus tentáculos
Ávidos por invasões
Cada um com seu punhal de sangue
Aptos a humilhar um homem
Ou deixá-lo louco
Sutis ao tocar seu íntimo
Tilintar seu cárneo rubi
O maior parece faminto
Lentamente escorrega
Incisivo
Profundo
Indeciso e hesitante
Ela morde os lábios framboesa
Ele desliza em seus delírios, encharcado de prazer
Ela engole o próprio néctar
E ronrona carente
Seu íntimo jorra, em paixão, fragrância torpe
E aquele falo esguio acelera o caos
Promove o vulcão
Contorsões
Espasmos
Alucinações
Vai-e-vem do frenético dígito senhor
Até o cântico das almas felizes
E o enlevo de torrentes sensuais
Seu âmago não necessita mais ser preenchido
Resta divagar por cântaros de Bacco
Ou deleitar-se em quimeras de Incubus
Do céu ao inferno
Em síncope de luxúria, paixão e êxtase

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