sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MALDITO!




Meu amor partirá em breve
Para sempre
Me deixará só neste mundo de trevas
Pois aqui não é mais seu lugar
Mundo de vermes e pestes
Amigos tentam me confortar
Sentem a imensidão de meu sofrimento
Mas sabem que nada em suas palavras me consola
Alguns dizem que ela vai para o céu
Um chamado do Criador
Urgente!
E neste mar de lágrimas que choro não se formarão brumas
Ah! Como dói meu peito
Os arpões da angústia ferem meu coração
Certeiros, precisos, cirúrgicos
Por que Ele precisa dela em seu reino?
Sei que ela é um anjo
Mas Ele não é o Senhor de tantos?
Por que não me presenteia com esta dádiva?
Viver minha vida ao lado dela
Sempre fui um homem justo
Jamais causei mágoas a qualquer pessoa
Então por quê?
Maldito!
Tens tudo e nada me dás
Recordações?
Isto são migalhas...
Será este o meu prêmio?
Ou meu castigo?
Este será o resultado de duas vidas sofridas?
Suplico-Te, ó miserável onipotente
Imploro a ti, perverso imortal
- Não leva meu amor!
Ela tem um fruto em flor
E meu fruto em seu ventre
Deixa-a viver sua vida ao nosso lado
Somos uma família agora
Sonhamos tanto com isto
Descarrega Tua ira em mim
Pois meu ódio por Ti é de força pandemônica
Sou eu quem Te despreza
Não creio em Tua eterna bondade
Maldito!
Devolva o meu amor!
Não suporto mais chorar
Devolva-me, maldito!
Pare de fazê-la sofrer!
Ela é um anjo

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