Espada que brame em minha espada
Vidas ceifadas em muitas batalhas
Lamentos de mães, esposas e filhos
Soldados algozes rompendo muralhas
Memórias e honras de jovens heróicos
Funestas moradas de pedras e cruzes
A noite tão negra me deixa perdido
Procuro os ares, anseio por luzes
Meu peito molhado, envolto em sangue
Sem forças escuto o silêncio da morte
Canções de minha infância soam vazias
Qual prêmio dos deuses reserva-me a sorte?
Destino que não imagino sem armas
As chamas me queimam, por fim, nesta pira
A dor da partida me cega os olhos
Viver por senhores, morrer por mentiras
Não alço o inferno, demônios ou bruxas
O céu não existe e o tempo não passa
Mórbidos dias num éden sombrio
Vida eterna, sem sonhos nem graça
Por dias provei deste sangue maldito
Cercado por ódio, desgraça e horror
Crianças chorando, mudas, famintas
Antigos fantasmas me trazem pavor
Salva-me, Deus! Perdoa, tirano
Minh’alma, liberta! Meu pranto, encerra
Matei em Teu nome, honrei Tua lei
Não quero a morte. Sou cio da Terra
Desejo apenas viver entre os meus
Não quero pra mim esta ida sem volta
E sei não haver a luz prometida
A morte me espreita, com ceifas me escolta
Feliz serei quando ela chegar?
Será justo o rigor da ordem final?
O juízo que acusa, julga e condena
A balança da lei que pende pro mal
Será que mereço esta sina canhota
Vagar por caminhos de um negro futuro
Demônios vorazes me cercam famintos
SEM LUZ E ESPERANÇA. SEM VIDA OU ORGULHO.
Luh, tô bestificada, mais uma vez e sempre, com a tua capacidade intelectual, com a maneira que encontras para escrever (e descrever), sempre surpreendendo.
ResponderExcluirSou suspeita, você sabe, à mim, seus escritos muito agradam.
Sinto-me afortunada por ter tido a chance de, por acaso, ou não, conhecer-te e poder ler-te. Sorte, sim!