segunda-feira, 1 de agosto de 2011

VOZES


Vanescem as cores de minha vida
Adiante, o tempo incansável caminha
A candura de minha inocência se foi
E minh'alma, em tônicos cinzas, dissipa
Até que a divina escuridão repouse em mim
Meus medos, os tantos de minha estrada
Aos poucos minaram minha tão sonhada revolução
Tornando-me solitário, torrente em lagrimas
Pleno em tristeza
Vozes falam-me agora
Profetas de minha loucura
Frutos de um porto sem cais, de amigos fantoches
Meus olhos, profundos no mar de minha razão
Perdidos no pântano de minha esquizofrenia
Donde talvez se aninhe o paraíso
O nirvana de minha humanidade mesquinha
Onde não haja beijos de trinta vinténs, quiçá
Minha pestilência incontida não posso negar
Tampouco o egoísmo arraigado em mim
Sanguessuga de meus sentimentos
Me resta redimir meus pecados
Viver este amor profano, meu último amor
E suspirar sem dor meu derradeiro lamento

Nenhum comentário:

Postar um comentário