terça-feira, 2 de agosto de 2011

CÁLIGO


Entre o sim e o não da infância
Indecisa decisão
Incisiva, rompendo a seda
Em seu claustro casulo faminta
Ávida por brisas, tênues correntes
Certa em romper seus elos natais
Da opaca penumbra à luz das flores
Desdém à maternidade ufana
Asco à paterna dita
Livre!
Finalmente livre
Alas morenas de cetim
Olhos, enormes, à espreita de mim
À espera do meu amor
Livre, largada em meus braços
Não mais mera crisálida
Enfim mulher
Planando magia na primavera

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