quarta-feira, 17 de agosto de 2011
BEIJOS DA PESTILÊNCIA
Tem certos dias em que olho a janela
Olho e vejo o reflexo de minha depressão
No cristal embaçado por meu hálito triste
Onde lágrimas cintilam por não ver nada além
Ao fim da estrada ninguém, apenas folhas secas
E flores mortas, dizimadas pela saudade
Pela lembrança de ofertar-te um botão
De perfume sutil, como é teu perfume
Recordo teus lábios em largos sorrisos
Sorrisos em forma de luz
Da tua face morena, enrubescida
Teu dentes brilhantes, gritantes, escancarados de paixão
Meu peito aperta e o sangue gela
Sinto frio lembrando teu calor
Tenho náuseas, vertigens
Sinto falta do teu amor
Dos teus beijos ardentes
E na cadeira balanço
No terraço embalo a melancolia
A miséria que vivo longe de ti
Amuado em desespero implode meu coração
Enclausurado pelos beijos desta pestilência maldita
Que é estar só, sem tu em meus braços
Tendo como concubina a solidão
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