quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

BOMBAS QUE CAEM


Elas vêm de todos os céus rompendo muralhas
Nossas casas, nossas vidas, nossas almas
São gélidas ignorantes a serviço do senhor
Mas o que esse meu sofrido povo fez?
Por que temos que pagar por sandices dos tiranos?
Nossos homens estão no front

Mutilados, extenuados, exterminados
Só restaram velhos, mães e nossas crianças
Amontoados, famintos, paranóicos
Nossos bunkers, nossas telhas
E quando chegam faz-se a luz
Que queima, que arde, dilacera a esperança
Expurga a inocência lactente
Destroça a angélica infância
Chacina a púbere latência
E nem sabem por que matar
Apenas cumprem a missão de banir o futuro de minha gente
Não me dê o paraíso, pai hipócrita
Não quero a vida eterna, despótico criador
Não é justo este paradoxo
Cuspo em teu sadismo racional
Desprezo essa tua insana bondade mimética
Brindar-me com o éden sem que ao menos eu mereça
E privar a essência donzela de provar uma humilde jornada  

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