segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ÓCULOS

Te preocupas tanto com tua imagem
Agora isenta de sua míope mazela
Não percebes o quão linda ficaste?
Com teus olhos negros realçados em lentes vitrais
Libertando-me dos estilhaços de minha saudade
Teu cristalino, então diamantino, de tanto brilho
Pujando a força sedutora de tua íris morena
Magia pulsante que me faz escravo teu
E torna-te detentora de rara nobreza
Com esse ar superior e essa tão doce maturidade
Sem mais aquele teu semblante de menina
Como diva de meus sonhos
Ninfa de meus fetiches
De minha loucura, meus pensamentos de devassidão
E de minha luxuriosa insensatez
Tu, de óculos, executiva de meu falso pudor
Executora sagaz de meus incandescentes desejos
De salto alto, meia fina, saia justa
E blusa cavada, ênfase de teus nobres seios
Oh! Minha camena, deixa fluir!
A certeza desse teu olhar junto ao teu enigmático andar
Largando um rastro de feitiço
Donde salivam homens. Muitos. Todos. Feito lobos
Bobos, boquiabertos, entregues
E eu, feliz com a sorte do teu sorriso
Vagando em núbias cantatas
Entorpecido por teu amor severo
Certo que tu és uma mulher fatal

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