sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DEZEMBRO


Dezembro virá breve
Radiante, repleto de desejo
E de certeza, de ti em mim
De tantos beijos e orgasmos
De luxúria e sarcasmo
Ao sacarmos nossa louca paixão
No tesão nos completarmos e contemplarmos a tão sonhada união
Ébrios no tinto gelado
Em tiques sacanas das bolhas espumantes
Vagantes do gozo sob os lençóis
As paredes - aquecidas pelo calor do sol lá fora
Fervidas cá dentro pelo fogo do nosso amor
E do suor vindo das profundezas de nossos vulcões
Longe das efêmeras razões
Prófugos de nossas sagradas emoções não mais
Entregues à avareza dessa insana clausura
Nus, tal amantes do éden
Sem ninguém a segurar os testículos
Ou vomitar versículos em nossos céticos ouvidos
Eu, finalmente liberto em teus olhos
E em teu sorriso sorrindo feito espelho
Refletindo a alegria dos teus braços, ciumentos a me afogar
Benditas, a me afagar a face, tuas mãos
De toque framboesa, como teus lábios
Teus sábios melões em minha boca, puntiformes
Teu fruto proibido cuneiforme, lascivo, safado
Encharcado em teu fecundo licor, a me endoidecer
Até o nascer da nova era, marcada ao réveillon
Oxalá sem górgonas ou quimeras
E muita água gelada a extirpar-me as olheiras
Embebida em teus cachos encantados
Saudosos da alterosa cordilheira

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