domingo, 25 de setembro de 2011

DESDOBRAMENTO


Resta-me somente uma perene luz
Uma penumbra minguante, um facho apenas
Sonhos confusos de eterna dúvida
O paraíso que lá existe, sob as mentiras
E a minha vida, meus sonhos, chora
Mortos na escuridão de minha erudita ignorância
Ouço acres trombetas e lânguidos violinos
Em fúnebres cânticos de adeus
Entoados às sombras da solidão
Sina de cada um por cá errante andante
Meu espírito intoxicado perece
Contaminado e carcomido por minha semelhante divindade
à mercê de minha pragmática inoperância
Minh'alma desvanece, débil em sua transparente opacidade
Ruma perdida ao abismo da realidade, agora vã
Buscando desvendar os mistérios
As coisas que não pude compreender
Essa queda que não cessa, anjo sem destino
Sem ter a quem arrebatar
Triste desdobramento de minhas ilusões
Aladas fantasias num voo infinito e sem chão
Que acaba ao despertar
Quando um novo sol finalmente surge ao fim dos olhos
Ou no último fio desta minha inútil existência

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