quinta-feira, 29 de setembro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
DESDOBRAMENTO
Resta-me somente uma perene luz
Uma penumbra minguante, um facho apenas
Sonhos confusos de eterna dúvida
O paraíso que lá existe, sob as mentiras
E a minha vida, meus sonhos, chora
Mortos na escuridão de minha erudita ignorância
Ouço acres trombetas e lânguidos violinos
Em fúnebres cânticos de adeus
Entoados às sombras da solidão
Sina de cada um por cá errante andante
Meu espírito intoxicado perece
Contaminado e carcomido por minha semelhante divindade
à mercê de minha pragmática inoperância
Minh'alma desvanece, débil em sua transparente opacidade
Ruma perdida ao abismo da realidade, agora vã
Buscando desvendar os mistérios
As coisas que não pude compreender
Essa queda que não cessa, anjo sem destino
Sem ter a quem arrebatar
Triste desdobramento de minhas ilusões
Aladas fantasias num voo infinito e sem chão
Que acaba ao despertar
Quando um novo sol finalmente surge ao fim dos olhos
Ou no último fio desta minha inútil existência
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
MORRAM DE INVEJA
É, eu consigo prender em feixes os raios do sol nascente
Subo a montanha, de vara em punho e toco as nuvens, já que as mãos não alcançam
Subo a montanha, de vara em punho e toco as nuvens, já que as mãos não alcançam
A sonata barulhenta do regato anuncia a vida corrida da piracema
Estrelas são meus mimos, a lua - inspiração de meus versos que cantam o amor
Cada gota de saudade que escorre em meus olhos alimenta o mar de paixão onde me afogo
A poesia, mesmo que triste, alegra os corações das almas sensíveis
Todos os dias ouço o trinca-ferro piar, um canto divino que manda ao longe minha tristeza
E traz de volta a esperança. E a torna luz
A certeza de tê-la em meus braços não tarda
Meu amor, mesmo distante, mora em meu coração
E eu sigo cativo em seus olhos, agora sucintos à grandeza do universo sem fim
É assim minha vida (outrora vazia), repleta de magia, disposta a sorrisos
Isenta da angústia de viver a solidão
Meu propósito único é amar indefinidamente, sem descanso e incondicionalmente
Por todos os dias as coisas mais belas
E desposar, em núpcias eternas, o amor de minha amada Isabella
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
ÓCULOS
Te preocupas tanto com tua imagem
Agora isenta de sua míope mazela
Não percebes o quão linda ficaste?
Com teus olhos negros realçados em lentes vitrais
Libertando-me dos estilhaços de minha saudade
Teu cristalino, então diamantino, de tanto brilho
Pujando a força sedutora de tua íris morena
Magia pulsante que me faz escravo teu
E torna-te detentora de rara nobreza
Com esse ar superior e essa tão doce maturidade
Sem mais aquele teu semblante de menina
Como diva de meus sonhos
Ninfa de meus fetiches
De minha loucura, meus pensamentos de devassidão
E de minha luxuriosa insensatez
Tu, de óculos, executiva de meu falso pudor
Executora sagaz de meus incandescentes desejos
De salto alto, meia fina, saia justa
E blusa cavada, ênfase de teus nobres seios
Oh! Minha camena, deixa fluir!
A certeza desse teu olhar junto ao teu enigmático andar
Largando um rastro de feitiço
Donde salivam homens. Muitos. Todos. Feito lobos
Bobos, boquiabertos, entregues
E eu, feliz com a sorte do teu sorriso
Vagando em núbias cantatas
Entorpecido por teu amor severo
Certo que tu és uma mulher fatal
Agora isenta de sua míope mazela
Não percebes o quão linda ficaste?
Com teus olhos negros realçados em lentes vitrais
Libertando-me dos estilhaços de minha saudade
Teu cristalino, então diamantino, de tanto brilho
Pujando a força sedutora de tua íris morena
Magia pulsante que me faz escravo teu
E torna-te detentora de rara nobreza
Com esse ar superior e essa tão doce maturidade
Sem mais aquele teu semblante de menina
Como diva de meus sonhos
Ninfa de meus fetiches
De minha loucura, meus pensamentos de devassidão
E de minha luxuriosa insensatez
Tu, de óculos, executiva de meu falso pudor
Executora sagaz de meus incandescentes desejos
De salto alto, meia fina, saia justa
E blusa cavada, ênfase de teus nobres seios
Oh! Minha camena, deixa fluir!
A certeza desse teu olhar junto ao teu enigmático andar
Largando um rastro de feitiço
Donde salivam homens. Muitos. Todos. Feito lobos
Bobos, boquiabertos, entregues
E eu, feliz com a sorte do teu sorriso
Vagando em núbias cantatas
Entorpecido por teu amor severo
Certo que tu és uma mulher fatal
sábado, 17 de setembro de 2011
ENTÃO FODA-SE!!!
Não tenho nem como aventar a possibilidade da existência de algo criador, onisciente, onipotente e onipresente, pois, cairia numa hipérbole paradoxal
POVO MARCADO, POVO FELIZ
É lógico que os covardes, preguiçosos, doutrinados e alienados, que são a maioria dos seres humanos, nem tentam fazer valer seu livre arbítrio. É mais confortável seguir o rebanho. Não precisa fazer esforço. Agrada ao resto da manada. E passa a vida hora resmungando hora ruminando.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
HIPÓCRITAS
Deus olha por nós
Jesus olha por nós
Anjos olham por nós
Até o Diabo esta de olho
E quem é que olha pelas crianças famintas, curradas, escravizadas e assassinadas?
domingo, 11 de setembro de 2011
PRÊMIO
Dou um milhão a quem me apresentar um manual de mentiras e atrocidades mais completo que a bíblia sagrada
FIDELIDADE
Fazer amor com a mulher amada é a melhor coisa que existe.
Que culpa tenho se amo a coletividade feminina
sábado, 10 de setembro de 2011
INAUGURANDO MINHA SEÇÃO "INSANIDADES"
"Como nasci de uma trepada quero morrer trepando.
É a única coisa que garante a vida e me leva ao céu"
CAPACHO
Agora passaste os limites
Tudo bem retalhares minhas costas
Com essas tuas navalhas digitais
Tudo bem me algemares à cama
E me chicoteares sem indulgente remorso
E me encheres o corpo de hematomas
Não vou citar minha falta de ar nem minhas constantes cãibras
Tampouco a sonolência exacerbada que me assola
Ou mesmo o membro desfalecido, pedindo trégua
Tal o atrito desse teu frenético vai-e-vem
Tu mordes meus lábios até sangrar
Pisas em meu peito com teu salto 15
Me obrigas a beijar-te os lindos pés 33
Esmurras meu abdome e chutas minha bunda
Além disso, sexo, sexo e mais sexo
Insaciável, incansável, inconsequente
Estou quer não aguento mais
Sufocar-me até exaurir-me as forças é loucura tua
E essa mistura explosiva?
Sexo, Viagra e rock'n roll são letais...
Mas quereres que eu bata em tua cara
Quereres que eu te xingue, que eu te cuspa
Isso nem pensar
Nem fodendo!
Jamais me perdoaria por agredir minha dona
Isso nunca!
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
40 SEMANAS
Azia, gastrite, noites sem dormir
Fruto da ansiedade que meus dias domina
Tal ceptiva progressão geométrica
Um, dois, quatro, oito, dezesseis...
Dois elevado à sei lá quanto
O ventre avança (e eu já me mudei pro sofá)
E estufa o umbigo dessa encantada criatura
Seu protegido, amado sem igual
Em marsupia lacrada, no âmnio amor
Criando forma, chupando o dedinho
Em cárdio batuque fugaz
Flagrado no gel da ultrassônica ausculta
Regido sob a batuta da mãe natureza
Na perfeita certeza que a vida é bela
Como é bela a metamorfose de minha amada
De pés e lábios inchados
E barrigão enorme
De sorrisos imensuráveis, já em dobro
As mãos nas cadeiras, os peitos fartos de colostro
Pra sustentar o peso da luz que não tarda
Eu aqui, cheio de dedos
De cuidados, carinho e paixão
Fingindo estar nem aí, é claro
Mas roendo as unhas
Estalando os dedos
Repleto de tiques
Torcendo pra que saia à mãe
Lindo, feliz, humilde
Soberano de minh'alma
Nem me importa se menino ou menina
Importa o tamanho de minha alegria
Que cresce cantada dia a dia
Tal aritmética progressão
Até o infinito em quarenta semanas
Confirmando, assim, minha eternidade
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
SAUDADE, VOCÊ ME PAGA!
Meus versos perdem a cor
Desbotados de saudade, essa vil megera
A pena, já falha de tinta seca
Errante, mesmo que as linhas insistam retidão
Trêmulas por minhas mãos chorosas
O fino papel, agora amarelecido pelo tempo
Cansado das rugas forjadas por áridas lágrimas
E minha verve, desconexa, detém-me a inspiração
Confundo amor com dor, paixão com solidão
Prefiro a morte à vida
O silêncio à bradar meus sonhos nos teus braços
Ébrio neste vinho vermutado, salobro
Da garrafa verde, esquecida no canto amargo
Donde, um dia, teu sorriso adoçou minh'alma
Da taça, em teias exilada e rubras evidências
Em minhas lembranças não vejo a primavera
Nem a candura da lua ou das estrelas o silêncio
O canto do trinca-ferro é cavo, sem graça
O pio do mocho, chocho, já não me assusta mais
Tudo está apagado, recluso na escuridão
Mas antes que a Terra translade seu ciclo hei de novamente sorrir
Rir a toa, eu sei
E o arco-íris tornarei rabiscar
Sei que em breve em teus lábios estarei
E a tristeza, outra maldita, afogarei
Feliz, à saudade da saudade brindarei
Ah, saudade!
Você ainda me paga
Desbotados de saudade, essa vil megera
A pena, já falha de tinta seca
Errante, mesmo que as linhas insistam retidão
Trêmulas por minhas mãos chorosas
O fino papel, agora amarelecido pelo tempo
Cansado das rugas forjadas por áridas lágrimas
E minha verve, desconexa, detém-me a inspiração
Confundo amor com dor, paixão com solidão
Prefiro a morte à vida
O silêncio à bradar meus sonhos nos teus braços
Ébrio neste vinho vermutado, salobro
Da garrafa verde, esquecida no canto amargo
Donde, um dia, teu sorriso adoçou minh'alma
Da taça, em teias exilada e rubras evidências
Em minhas lembranças não vejo a primavera
Nem a candura da lua ou das estrelas o silêncio
O canto do trinca-ferro é cavo, sem graça
O pio do mocho, chocho, já não me assusta mais
Tudo está apagado, recluso na escuridão
Mas antes que a Terra translade seu ciclo hei de novamente sorrir
Rir a toa, eu sei
E o arco-íris tornarei rabiscar
Sei que em breve em teus lábios estarei
E a tristeza, outra maldita, afogarei
Feliz, à saudade da saudade brindarei
Ah, saudade!
Você ainda me paga
domingo, 4 de setembro de 2011
TEU PICHU
Aiaiai! Me diverte a ilusão da feminilidade
E a futilidade da negação também
Torrando ao sol feito charque
Besuntadas com óleo de urucum
A cara borrada de cores insensatas
E inexatas fragrâncias de nauseantes tons
Farsantes tal a eximir o perfume de mulher
Do seu cheiro tentador, fonte de meus desejos
Que dispara a tempestade em meus hormônios
Fruto da indecência de seus feromônios
E as tornam feras bandidas, ladras de corações
Resquício sequer de sua natureza resta
E sua beleza não presta, é torpe marionete
Quando as vejo de cabeleira piramidal
Sinto um mal sinal
- Lá vem mentira!
Tal Gizé, com cara de pétrida felina
Madeixas pesadas, sem vida, ao ferro quente fritadas
Concubinas de um preventivo capuz
Que viv'alma não seduz , homem algum acha graça
A protegê-las até mesmo de pífia serração
E privá-las do esvoaçar eletrostático
Adoro teus cabelos pichaim
Assim, cheios de ondas e caracóis
Volutas e vórtices
Abraçados ao genético bronze de tua magnética tez
Que, como torquêz, me arrasta aos teus polos
Norte e sul - louco
Cima embaixo - apaixonado
Quero teu hálito sonolento em minha boca
Teus seios nus, pontiagudos em meu peito
Eriçados de tesão
Teus olhos, donde sou prisioneiro, ainda meio remelentos
Com teus crespos cachos te dando volume
Eu, incólume, neles embaraçado, ao despertar
Esse teu pichu, feito ninho de marimbondo, a me encantar
Teu veneno a me entorpecer, quase moribundo
A ponto de, da cama, nunca mais querer levantar
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
DEZEMBRO
Dezembro virá breve
Radiante, repleto de desejo
E de certeza, de ti em mim
De tantos beijos e orgasmos
De luxúria e sarcasmo
Ao sacarmos nossa louca paixão
No tesão nos completarmos e contemplarmos a tão sonhada união
Ébrios no tinto gelado
Em tiques sacanas das bolhas espumantes
Vagantes do gozo sob os lençóis
As paredes - aquecidas pelo calor do sol lá fora
Fervidas cá dentro pelo fogo do nosso amor
E do suor vindo das profundezas de nossos vulcões
Longe das efêmeras razões
Prófugos de nossas sagradas emoções não mais
Entregues à avareza dessa insana clausura
Nus, tal amantes do éden
Sem ninguém a segurar os testículos
Ou vomitar versículos em nossos céticos ouvidos
Eu, finalmente liberto em teus olhos
E em teu sorriso sorrindo feito espelho
Refletindo a alegria dos teus braços, ciumentos a me afogar
Benditas, a me afagar a face, tuas mãos
De toque framboesa, como teus lábios
Teus sábios melões em minha boca, puntiformes
Teu fruto proibido cuneiforme, lascivo, safado
Encharcado em teu fecundo licor, a me endoidecer
Até o nascer da nova era, marcada ao réveillon
Oxalá sem górgonas ou quimeras
E muita água gelada a extirpar-me as olheiras
Embebida em teus cachos encantados
Saudosos da alterosa cordilheira
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