domingo, 20 de março de 2011

TERMINAL


Acordei nesta manhã triste
Nublado está esse céu que me busca
Suas cores cinzentas, de tons decadentes, ululam hinos funestos
Como se a vida terminasse aqui
Algo estranho, urgindo ao negro, como progressão da morte
Eu não consigo acreditar que possa resistir
Quero ir embora
Quero partir dessa vida sem sentido
E o que fazer com os meus declínios?
Tenho medo dessa dama frígida
Que não exita em extorquir as almas sôfregas
E não oscila sua ceifa sem corte certo
O meu mundo se foi
Já não há tempo pro regresso
Nem há esperança pra conquista
O frio acalenta minh’alma
E percebo que é hora  de partir
Pra onde não sei
Ninguém sabe
Meu ar não me responde
Meu latir é caótico
Minha centelha escorrega aos dedos
Foge e não permite que eu entenda
O que estou fazendo aqui
E o que farei no pós
 As juntas me doem
O aperto aniquila meus anseios
E só me resta a certeza que chegou a hora
Caminho no trilho da dúvida
Sem luz, sem fronteira, sem nada
Apenas terminando essa existência incerta
Que nem deveria ter começado

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