Em sonhos, em loucuras, em profunda tristeza me encontro
A solidão me acompanha como se fosse minha própria sombra
Pecados, desgraças, lamentos
Como a brisa que vira vento
E torna furacão, crescente tormento
Devastador, constante em meu ser
O calor foge de minh’alma
O frio gela, congela, petrifica minh’aura
Engole a luz do meu viver
Mentiras são chamas que alimentam meu pesar
Lágrimas são armas que extinguem meu penar
Pra que eu resista mais um pouco
E não me torne um louco
Louco de tanto te amar
Meus sentidos afloram à pele
Vejo tua bela figura
Cheiro os aromas que exalas
Degusto tuas carnes mais íntimas
Percorro ávido todo teu corpo
Tua voz ouço no mais puro silêncio
O tempo todo sinto, te sinto em mim
Tua ausência é pra mim um estado de graça
E por mais que eu faça não tomo tento
Me acalento com as lembranças que tenho de ti
Saudades, certezas de tua volta
Para os meus braços
Nada mais me importa e nem me resta
E nesse inverno que me encontro tu és meu anjo
Negro arcanjo
Criatura de ébano eterno, da escuridão de todos os dias
Ser divino da noite gótica que esconde a lua
E tranca o amor em meu peito
Com seus grilhões de aço nobre
Pra que de paixão eu me afogue
E não sofra mais por não ter-te junto a mim
E pra que de ti jamais me esqueça
E se tu te esqueceres de mim um dia
Que me leve a agonia
Que finde a minha vida com um breve estampido
E que eu fique morrido com um tiro na cabeça
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