sexta-feira, 18 de maio de 2012

EUTANASIA


Essa luz que me cega
No fim do túnel a me iludir
Olho pra trás e vejo o passado
E nele a luz não está
Meus livros, meus filhos.
Meus amores
Amantes em vão, amados à exaustão
Sorrisos em eco
Lágrimas em cascata
Décadas, amigos
Ágatas, decepções
Toda essa poesia entalada em gritos
Soltos ao vento a cada amor
Minha língua que tanto feriu aos incautos, hipócritas
Essa gente sem ouvidos, sem sentidos
Essa gente sem noção
E agora, no prazer da dispersão de meus átomos
Pelo universo afora ansiosos
Acuados pelo led vermelho que pisca
Forjando o ritmo da minha arritmia decrépita
Por favor!
Libertem a linha reta desse zunido final!

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