quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Tantas imagens indecentes desses parasitas
Esses humanos que fingem estar tudo bem...
Eles e suas seringas em meu rabo
Sendo que são os rabos deles que precisam de ferro
Eles falam de anjos, de deuses, de tantos seres
E sempre estão do lado

da luz, da verdade
Criam escalas de deveres que dizem valores
E me dopam por eu querer ser assim
Só porque como merda, tão rica em nutrientes desperdiçados pela cobiça
Sem citar os outros pecados capitais que eles mesmos elegeram
Só porque rasgo dinheiro, o papel imundo com o qual limpo meu rabo espetado
Essa gente cria seus delírios e quer que eu os siga
E passa a vida se enganando
Se achando semelhante a algo invisível
Tão sublimes ao ponto de algo ainda maior (se é possível) os proteger
E passam a criatura tal criador
Invisíveis
Invisíveis e rastejantes
Feito víbora à espreita do rato
Fazendo valer seu tamanho e mesmo assim injetando veneno nos que dizem irmãos
Feito abutre à espreita do moribundo
Pra se apoderar até da sua carniça deveras indigesta
E entregando seus restos aos vermes
Pra que terminem a limpeza...
E desta vida nada levam
A não ser seus próprios rabos para serem penetrados pelos seres da terra
Estes sim, senhores da razão
A eles tudo sucumbe
E nem o sangue venenoso dessas criaturas humanas superiores, iluminadas e dadivosas consegue corrompê-los
Eu aqui... Louco, deitado em meu ópio... E assistindo tudo... Indiferente a tudo
Eu e meus olhos esbugalhados de louco
Livre dessa hipocrisia imunda
Comendo cocô e rasgando dinheiro
E o pior é que, lá no fundo, sei que também sou humano
Lá no fundo do meu rabo espetado

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