segunda-feira, 28 de novembro de 2011
6 DIAS
Me perdi em teus tantos beijos, teus tantos afagos e carícias
Em teus braços me perdi, amor
Nossas almas gêmeas, unidas, indiferentes às nossas diferenças
Nossas alegrias de mãos dadas
Causando inveja aos olhos incrédulos da hipócrita censura
Por ter maculado tua inocência aos pés do mito pregado
Sob a reluzente negritude da heresia
Profanando o templo do aleijado escultor
Cada instante teu em minha memória é vida
Lembranças de nossos sorrisos
De todas aquelas andanças
Por entre ruas e ladeiras
Entre vales e montanhas
As mágicas Alterosas das Geraes
A torre onde nos lançamos à loucura de nosso amor
A lápide, o cemitério, nosso terno canto de meditação e paz
O burburinho do ribeirão
A melancólica ode do trinca-ferro
A sinfonia intermitente do aço nos trilhos
E nós, trocando colos no vagão
Com beijos mil, melados, sôfregos de tanta paixão
Por 6 dias teu brilho me encantou
Tanto que a felicidade não mais arreda pé do meu ser
Alojou-se em meu coração e criou raiz
Não há mais tristeza
Nem mesmo solitudo
Hoje guardo apenas bons frutos
Sorte de minhas mal pensadas semeaduras
Árvores, filhos e amigos, todos de boa estirpe
Assim, é completo meu fado
E vivo a balançar minha verve na rede
Vivo a plenitude de gritar meu amor por ti
Esse nosso amor proibido
Esse nosso amor insano
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
ISABELLA
Desses teus olhos tão grandes
E tão negros teus olhos
Tanta luz emana, tanto brilho insurge
Em raios, flashs, relâmpagos de feitiço
Tanto que minh'alma fenece em suspiros
E torna-me escravo, jogado aos teus pés
Esses lindos pés, adoráveis, dignos de contemplação
E eu, pronto a servir-te
Sem nunca antes deixar de beijá-los
E esses teus lábios?
De tão divinas carnes, suculentas,
Macias como a framboesa
A invadir minha boca perplexa
Eu, de queixo caído, salivando feito fera canídea
Quando abres teu sorriso é mais luz a me cegar
Mais luz a humilhar a estação
Essa primavera já quase esvaída ante tua esplendorosa formosura
O negro lume de tua tez veludo alucina minha mente
E ao roçar minha insípida tez leva-me à insanidade
Pensamentos de devassidão, enlevos de loucura me invadem
Sequelas dessa paixão desmedida por ti
Tua ônix exuberância inspira-me desejos, sonhos de despudor
Tal noite sem lua
Sonhos daqueles de quarto escuro, sob molhados lençóis
Encharcados por nossos suores, nossas salivas, nossos licores de indecente inocência
Sem falar em teus seios
Essas jóias reluzentes da celestial criação
Perfeitos!
Sempre um passo à frente da evolução
Imponentes!
E o teu andar, teu magnífico rebolado, tua ginga incandescente
Ímpios pecados dessas tuas ancas inebriantes
Desses teus glúteos estonteantes, disparate da sublimidade
Ah! Como te amo, princesa de ébano
Tanto amor que devo incessantemente brindar tua perene magia
Não só nesse momento de entrega, mas sim, a cada amanhecer
Por todos os anos que ainda me restam
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
FIM!
Luz da manhã
Mentira morta
Manhã de tormenta, noite rebenta
Vida de tempestade
Agora aqui, cansado
Longe do fardo de minha vitória
Quase morto nessa estrada
E ela (a morte) apontando pra mim
Caindo eu, sem a compaixão de vós
Criando asas, rumo à estrela negra
Cara a cara com os vultos da verdade
Sem o fim do éden prometido e tratado
No final do apenas morrer
Chegando aos braços da mãe escuridão
SEM RAZÃO
Sem regresso, sem nada enxergar
Agora, na primeira neve do meu adeus
O inverno triste, as estações se foram
Sem regresso, sob a luz do não ser
Do não estar pra ti
Sem ter tu'atenção nem teu amor
Sou apenas um selvagem
Sem razão
Sem mergulhar em teu jardim
Louco, perdido no tempo
Solitário na brancura do vazio
sábado, 5 de novembro de 2011
ESTRANHO INVERNO
Estronda a tempestade
Cobre o Sol
Anuncia a mudança
Vejo um gris prateado
Chuva fantasma surpreende a estação
Após a chuva vem o mistério
E nubla a miséria das culpas de minha vida
E essa misantrópica melancolia?
Maldita melancolia de meus erros
O mundo, de meu exílio não vejo
Nem teu corpo quente sinto
Tampouco teus olhos lançar arco-íris nos meus
Vultos dessa chuva temporã
No julho amargo de minha solidão
Tempestade de medos
E a morte já em meu encalço
Meu rastro na areia do tempo
E eu, sem teu corpo quente
Na saudade desse triste adeus
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