segunda-feira, 9 de julho de 2012

POEMA PARA UMA ÁRVORE MORTA



Esperança!
Que pífio engano
Comédia no arrolar de uma tragédia
Toda frondosa, de copa verde, cerne rosa
E sua verve pagã, de demônios e fadas

De tantos sonhos, sombra de nossos beijos
Com a adaga afiada, lâmina a romper a rubra seiva
O nosso amor se foi tão cedo
No outono gris, opaco, anunciando medo
Desespero
E o inverno triste espelhado no tronco em ruínas
Na primavera do meu adeus não existem flores

E essa corda a balançar num ganido de horror
Não tenho ar, não sinto dor
Na paisagem vista ao entardecer
Sou apenas um galho ao vento


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