terça-feira, 5 de junho de 2012

A CIGARRA E A FORMIGA... E AS BARATAS


Ei!
Você aí pagando de cigarra gospel
E quando o inverno chegar?
Seu grito estridente irrita
Seu inerte intelecto assusta
Aí de mãos postas, fingindo ser feliz


Nós formigas movendo o mundo
Com o dobro às costas
Sequer um segundo esperando cair do céu


Melhor seria se você fosse barata
Imunda, asquerosa
Levando o mal de lá pra cá
Perturbando os tementes
Roubando o alimento de quem nem tem
Burlando as regras divinais
Sobrevivendo ao holocausto da elegia com toda heresia
Servindo como espelho à imundície
E procriando pelos quatro cantos


Você com sua ladainha, sua fuga da razão
Como se o mundo fosse apenas sóis
Nem formiga nem barata notam seu louvor
Sua carcaça secará e carcomida será
Pelos vermes que revolvem a terra da ilusão
Pelos ventos que correm prisioneiros
No grão azul de poeira
Sabe-se lá em quais confins do universo

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