sexta-feira, 27 de abril de 2012
ORGASMOS NO VERÃO PASSADO
Lá se vai mais um dia longe de ti
Agora, recordo toda uma vida ao teu lado
Séculos perdidos num simples momento
Passados como que um evento
Naqueles dias em que nos embaraçamos, nos embolamos
Nossos corpos suados
Extenuados por aquela viagem sem fim
Onde, arrogantes, fundimos nossas almas
Alçamos voo à plenitude de nosso amor
E daquela paixão louca
Daqueles tantos beijos
Das nossas ensandecidas risadas no sofá
Da atrevida felação na poltrona 31 do Cometa
E de nosso desdém àqueles contra nossa união
O que restou?
Oras!
As mais sublimes lembranças
E a certeza que um dia tornaremos
E mostraremos ao mundo que nossa essência é uma só
E nossa existência um eterno orgasmo
quinta-feira, 19 de abril de 2012
ENTREGUEI MINHA VIDA À TUA LUZ
Vi teus livros abraçando teu sorriso
Ao passar pela porta donde emana o paraíso
Lá, onde o prazer grita aos ventos teu ansioso saber
Nas estantes de tua vida descansam teus amores
Dos mais exímios autores às mais eloquentes epopeias
De Lord William à Platão
Da arrogante Odisseia às rosas inexatas da razão
Como pode uma mente inquieta,
de tão poucas primaveras, tanta luz irradiar?
Tantas palavas tuas, tão puras, como a lua nua, as estrelas corar
Como pode?
Tornares cousa miúda o firmamento
Se comparado a amplidão do pensamento teu
Assim, só tu, és senhora de meus sóis finais
Redentora de meus medos ancestrais
E o que me apraz, me dá a paz,
é tua meninice tagarela no amanhecer
Sussurrando em meus ouvidos
Eu, atento às lições que me permites apender
Ah! Isabella, meu doce anjo
Por esses tantos verões, cantados a fio, em busca do aeon
Finalmente, és o neon que me extasia
És elegia indubitável
És porto onde repouso minha incrédula carcaça
Teu colo em verso é meu perene sustento
Tua verve multicor meu delírio boquiaberto
Meu fascínio por viver do teu amor
é fruto de teus lábios em poesia
Teu corpo, de curvas pouco cridas,
é complemento de minha sorte tardia
quinta-feira, 12 de abril de 2012
IMAGINANDO
Olho a cidade absorto em nuvens humanas
O sol de mel contempla o passar de nossas vidas
Desde a cordilheira das jóias à partida bandeirante
As brumas jogam flores aos contratempos
As dunas espalham plumas de arenito
E nós, amantes de nossas imagens salientes,
Em beijos, em sonhos
O tempo, o vento, a vida
Só o vento nos leva a todas as direções
Só o tempo aos momentos
Só a vida ao nosso amor
Amor que valha, ao longo das pedras
Ao sabor da saudade termitente
Nosso amor é o tempo e o vento
É vida eterna, pois
quarta-feira, 11 de abril de 2012
TRISTEZA INSANA
Que triste esse mundo será quando partires
A rosa, insípida e inodora,
saudosa do teu perfume inspirador, murcha
O pixarro, outrora falastrão,
mudo afora dos tempos, sem teu violino
Em tom gris, o arco-íris se perderá
e seus prismas, nem mesmo aos olhos de Rá
Dos frutos melados e do mel, escravo de tua doçura,
internos em louca clausura
O Sol em trevas sucumbirá
quando não houver teu sorriso a tocar,
seus raios far-se-ão inútil radiação
Só eu não sofrerei
Há muito partido,
seco, sem sentido,
ao pó à tua espera estarei
sexta-feira, 6 de abril de 2012
LAMENTO!
Sozinho mais uma vez
Ah! Como é amiga essa minh'amiga solidão
Sempre companheira
Ao meu lado dia e noite
Como cão, sorrindo pra mim
Sem querer saber se sou bom ou ruim
Apenas dia e noite ao meu lado
E tu, não quiseste esse infortúnio
Agora é tarde
A solidão é meu viver
E jamais irei abandoná-la
Ela ocupa o sofá que um dia foi teu
Lamento!
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