Tuas carícias já não me assustam, minha amada
Não fazes sombras em meus pesadelos
Apodreço no limbo por amar-te tanto
Mas sou feliz
Estou em paz
Estou em casa
Longos devaneios ao abraçar-te
O poder de teus encantos estirpa a força do mal
E em nosso leito de luxúria vejo-me a tua mercê
Quero possuir-te as entranhas
Cada poro por onde destilas veneno
Tua lingua morder sôfrego, lúdico, lúgubre
Teu corpo apertar em meus braços até sufocar-te
O perfume que exala de nossos corpos ardentes é sagrado
Nossa entrega aos prazeres da carne é devassa
Devasta meu ser
Não penso mais em guerrear contra o tirano criador
Que me importa seu reino de mentiras?
Quero apenas beijar-te
Saborear o néctar que escorre de tua fenda
Quero guardar meu sêmen em ti
E o fruto tu darás à luz
Quero te dar carinho
Quero ser só teu
Por toda a eternidade
Ironia
Eu abandonado neste mar de trevas
Açoitado, acorrentado, aprisionado pelo pai
Por aquele que se diz generoso
Lamento sua ignorância
Eu, sim, sei o que é o amor
Este sentimento que corrói minh'alma
Que não me deixa pensar
Que me joga às alucinações do desejo
Que perdoa o mal que Ele me fez
Porque meu ódio não suplanta minha paixão
Nem suprime minha loucura por ti
Quem poderia imaginar?
O carrasco salvo pela força gerada de suas mentiras
Seus erros e enganos te trouxeram a mim
E todos os seus filhos serão banidos do inferno
De volta à claridão
Terão finalmente a oportunidade da remissão
Salvos pela existência do nosso amor
De meu amor por ti
Ironia sim!
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